União Europeia detona a China com fortes tarifas de veículos elétricos
União Europeia detona a China com fortes tarifas de veículos elétricos
A União Europeia (UE) decidiu impor tarifas substanciais sobre veículos elétricos (EVs) importados da China, após a maioria dos estados membros apoiar o plano. A medida, que visa proteger a indústria automotiva europeia contra o que políticos da UE acreditam ser subsídios injustos do governo chinês para seus próprios carros, poderá elevar as tarifas de 10% para até 45% pelos próximos cinco anos. No entanto, há receios de que essa decisão aumente os preços dos EVs para os consumidores europeus.
A decisão dividiu os membros da UE, incluindo França e Alemanha, e arrisca desencadear uma guerra comercial entre Bruxelas e Pequim, que condenou as tarifas, classificando-as como protecionistas. A China depende de produtos de alta tecnologia, como os veículos elétricos, para impulsionar sua economia, e a UE é o maior mercado externo para essa indústria.
Crescimento da indústria chinesa de EVs e preocupações da UE
Nos últimos 20 anos, a indústria automotiva da China cresceu rapidamente, e marcas como BYD começaram a se expandir internacionalmente, causando preocupações entre os países da UE sobre a capacidade de suas próprias empresas competirem com os preços mais baixos dos veículos chineses. Os encargos foram calculados com base nos subsídios estatais recebidos por cada fabricante chinês, após uma investigação da UE. As principais marcas afetadas incluem SAIC, BYD e Geely.
Divisão entre os membros da UE
Enquanto países como França, Itália, Holanda e Polônia apoiaram as tarifas, a Alemanha, cuja indústria automotiva depende fortemente de exportações para a China, se opôs à medida. Fabricantes de automóveis alemães, como a Volkswagen, argumentaram que as tarifas são “a abordagem errada”, e a Associação da Indústria Alemã (BDI) pediu que a UE e a China continuem as negociações para evitar um conflito comercial em escalada.
A Comissão Europeia afirmou que as partes trabalharão para encontrar uma solução alternativa às tarifas, abordando o que chamou de “subsídios prejudiciais” para os veículos elétricos chineses.
Consequências para outros setores
A disputa também gerou preocupações em outras indústrias da UE, que temem enfrentar tarifas retaliatórias da China. O setor de conhaque francês, por exemplo, expressou insatisfação, afirmando que as autoridades “nos abandonaram” e que seus produtos podem ser excluídos do mercado chinês caso não se encontre uma solução negociada.
Impacto nas vendas de EVs e preocupações no Reino Unido
Em agosto deste ano, o registro de carros elétricos a bateria na UE caiu 43,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No Reino Unido, as vendas de EVs atingiram um recorde em setembro, impulsionadas principalmente por acordos comerciais e descontos oferecidos pelos fabricantes. Entretanto, a Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Motores (SMMT) expressou “preocupações sérias” de que o mercado não está crescendo rapidamente o suficiente para cumprir as metas estabelecidas.
No Reino Unido, as fabricantes estão sob pressão para atender às metas de vendas de veículos elétricos, estabelecidas pelo mandato de Veículos de Emissão Zero (ZEV). A partir deste ano, 22% dos carros vendidos devem ser de emissão zero, com o objetivo de atingir 80% até 2030 e 100% até 2035. Fabricantes que não cumprirem essas metas poderão ser multados em £15.000 por carro.
Líderes de montadoras como BMW, Ford e Nissan alertaram o governo britânico de que fatores econômicos, como custos elevados de energia e materiais, além das taxas de juros, tornaram os carros elétricos “teimosamente mais caros”, e os consumidores estão relutantes em investir. O preço médio de um EV no Reino Unido gira em torno de £48.000, e a confiança dos motoristas na infraestrutura de recarga do país ainda é uma barreira para a adoção em massa desses veículos.
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