Skip to main content

UE e China buscam solução estratégica para tarifas sobre veículos elétricos

UE e China buscam solução estratégica para tarifas sobre veículos elétricos

UE e China buscam solução para tarifas sobre veículos elétricos em meio a crescentes tensões comerciais

As negociações entre a União Europeia (UE) e a China continuam, visando substituir as tarifas de importação recentemente aplicadas aos veículos elétricos chineses. Apesar de progressos relatados, um acordo final ainda não foi alcançado, e as discussões seguem em andamento.

Na última quinta-feira, o porta-voz do Ministério do Comércio da China destacou avanços nas negociações sobre a proposta de fixação de um preço mínimo para os carros elétricos chineses vendidos na UE. O porta-voz enfatizou a importância de ambas as partes trabalharem de forma pragmática e equilibrada, considerando preocupações mútuas e os interesses dos stakeholders.

Por outro lado, Bernd Lange, presidente da Comissão do Comércio do Parlamento Europeu, revelou otimismo. Ele afirmou que a China está próxima de aceitar uma solução de preço mínimo, que poderia eliminar distorções de concorrência causadas por subsídios injustos. Entretanto, a Comissão Europeia já rejeitou propostas semelhantes no passado, argumentando que essas medidas não eliminariam os prejuízos causados pelos subsídios nem seriam fáceis de monitorar.

Tarifas em escalada: impactos e retaliações

Desde 30 de outubro, a Comissão Europeia elevou as tarifas sobre automóveis elétricos fabricados na China para até 45,3%. Embora tenha havido ajustes em algumas taxas, marcas como Tesla, BYD, Geely e SAIC enfrentam novos desafios comerciais no bloco europeu. Essas medidas refletem os esforços da UE para proteger sua indústria local contra o impacto de subsídios considerados desleais.

A China, em resposta, introduziu tarifas sobre o brandy europeu e estuda ações contra automóveis a gasolina importados. Essa retaliação afetou as ações de empresas europeias de bebidas e montadoras, que registraram quedas significativas no mercado. Entre os fabricantes, Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW emitiram alertas sobre possíveis reduções de lucros, citando a baixa demanda no mercado chinês.

Cenário global: EUA e desafios econômicos

A vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas adiciona um novo elemento à disputa. Tanto a China quanto a UE figuram nas listas tarifárias dos Estados Unidos, o que pode incentivar esforços conjuntos para amenizar tensões comerciais. Enquanto isso, a Europa enfrenta pressões internas com a desaceleração econômica, turbulências políticas e a desvalorização do euro, que caiu 3% em novembro.

Na China, o crescimento econômico mostrou sinais de leve recuperação no terceiro trimestre, com o PIB expandindo 4,6%. Apesar das medidas de estímulo, os mercados financeiros chineses continuam voláteis, refletindo as incertezas globais.

Um desfecho complexo

As tensões comerciais entre a UE e a China revelam um cenário de interesses entrelaçados e desafios compartilhados. A busca por uma solução que equilibre a proteção das indústrias locais e o comércio global continuará dominando a pauta das negociações, enquanto os impactos econômicos se espalham pelos dois lados do mundo.