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Trump reitera ideia de EUA controlarem Canadá e Groenlândia após demissão de Trudeau

Trump reitera ideia de EUA controlarem Canadá e Groenlândia após demissão de Trudeau

Trump sugere controle dos EUA sobre o Canadá e a Groenlândia após a demissão de Trudeau, levantando polêmica sobre tarifas e autonomia territorial

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu uma polêmica antiga ao sugerir novamente que os Estados Unidos deveriam assumir o controle do Canadá e da Groenlândia.

As declarações vieram horas após a decisão surpreendente do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que anunciou sua saída do cargo no início desta semana, citando desafios internos e um governo ineficaz.

Para muitos, o timing da missão de Trudeau coincidiu com um período tenso, com a iminente posse de Trump e suas ameaças comerciais contra o Canadá.

Trudeau deixa o cargo de primeiro ministro

Na segunda-feira, Justin Trudeau anunciou sua saída após quase uma década no poder. O ex-primeiro-ministro, também líder do Partido Liberal, declarou que o Canadá “merecia uma verdadeira escolha” e que sua gestão se tornou improdutiva.

Sua decisão de deixar o cargo gerou discussões, especialmente por acontecer algumas semanas antes da posse de Trump, que já havia prometido tarifas pesadas sobre os produtos canadenses.

A renúncia deixou muitos analistas políticos questionando as consequências dessa mudança para o futuro político e econômico do Canadá.

Trump e a proposta de anexação do Canadá

Logo após a saída de Trudeau, Trump fez uma publicação em sua plataforma Truth Social, onde sugeriu que, caso o Canadá se unisse aos Estados Unidos, o país vizinho se beneficiaria enormemente.

Segundo Trump, não teriam mais tarifas, os impostos seriam reduzidos e o Canadá ficaria “totalmente seguro” da crescente ameaça representada pelos navios rodoviários e chineses que estariam cercando o país.

Ele também afirmou que os Estados Unidos não puderam continuar a arcar com os “enormes déficits comerciais” e os subsídios necessários para manter o Canadá funcionando.

Essa não é a primeira vez que Trump faz declarações semelhantes. Em dezembro de 2024, ele já havia afirmado que muitos canadenses apoiavam a ideia de uma fusão entre os países, embora uma pesquisa da Leger apontasse que apenas 13% da população canadense compartilhava dessa visão.

O impacto da demissão de Trudeau nas relações comerciais

O ex-embaixador canadense nos Estados Unidos, David MacNaughton, comentou a missão de Trudeau, observando que a decisão foi inoportuna, visto que o Canadá agora está em uma posição mais frágil para enfrentar as ameaças tarifárias de Trump.

De acordo com MacNaughton, Trudeau deveria ter agido meses antes, preparando o Canadá para as possíveis consequências econômicas, caso as tarifas de Trump fossem aprovadas.

Economistas canadenses alertaram que tarifas elevadas, como as prometidas por Trump, poderiam prejudicar significativamente a economia do país, impactando diretamente o comércio e a indústria canadense.

A proposta de Trump de taxar os produtos canadenses em até 25% no primeiro dia de seu governo gerou temores de que o Canadá enfrentasse sérios obstáculos econômicos no curto e médio prazo.

Trump e a Groenlândia: mais uma ideia repetida

Além do Canadá, Trump levantou a ideia de que os Estados Unidos deveriam assumir o controle da Groenlândia, um território independente da Dinamarca.

Em uma postagem recente, Trump afirmou que a Groenlândia seria “um lugar incrível” e que sua anexação traria enormes benefícios para a ilha e para os Estados Unidos.

Ele também anunciou que seu filho, Donald Trump Jr., faria uma viagem para explorar as paisagens da Groenlândia, que, segundo Trump, eram algumas das mais belas do mundo.

A Groenlândia, no entanto, tem uma história de independência e resistência à ideia de ser controlada pelos Estados Unidos.

O primeiro-ministro dinamarquês, Mute Egede, afirmou em janeiro que o território deveria realizar um referendo sobre a independência. Além disso, Egede havia reiterado em dezembro que a Groenlândia “não está à venda e nunca estará à venda”.

As palavras de Trump, portanto, soaram como um eco das declarações feitas durante o seu primeiro mandato, quando ele chegou a cancelar uma visita oficial à Dinamarca após o governo dinamarquês rejeitar a proposta de compra da ilha.

Reações de autoridades da Groenlândia

Aaja Chemnitz, membro do parlamento da Groenlândia, criticou as declarações de Trump em uma postagem no Facebook, dizendo que o povo da Groenlândia não deveria permitir que o presidente eleito interferisse nas questões internas da ilha.

Ela também ressaltou que a população deveria se opor à ideia de se tornar cidadãos americanos, alertando para o risco de ser enganada por falsas promessas de ameaças.

Segundo ela, a verdadeira felicidade da Groenlândia não viria de uma possível anexação aos Estados Unidos, mas sim a manutenção de sua autonomia.

Essas respostas mostram que, enquanto Trump continua a fazer sugestões audaciosas sobre a união de países, a Groenlândia e o Canadá parecem certas a preservação de sua independência.

A questão sobre a Groenlândia, em particular, parece ser um ponto sensível para os cidadãos locais, que veem na preservação da sua autonomia uma prioridade.