Terremoto de 7,1 no Tibete deixa 53 mortos, 62 feridos e destruição generalizada. Esforços de resgate seguem em meio ao frio extremo

Na madrugada desta terça-feira (7), um forte terremoto atingiu a região montanhosa do Tibete, deixando pelo menos 53 mortos e 62 feridos. O abalo sísmico causou o colapso de centenas de edifícios, foi sentido na Índia e no Nepal, e deixou um rastro de destruição.

Epicentro e magnitude

O tremor foi registrado no condado de Dingri, perto da fronteira com o Nepal, segundo o China Earthquake Network Center, com magnitude de 6,8. No entanto, o Serviço Geológico dos EUA (USGS) estimou uma magnitude ainda maior, de 7,1.

Este evento sísmico é o mais forte na região em cinco anos, conforme informações do Centro Sísmico Chinês. Dingri, localizada na encosta chinesa do Monte Everest, possui cerca de 62 mil habitantes e enfrenta condições climáticas severas, com temperaturas entre -8ºC e -18ºC.

Impacto e destruição

Imagens exibidas pela CCTV, emissora estatal chinesa, mostram a gravidade dos danos. Carros foram soterrados por escombros, casas tiveram suas paredes desabadas, e ruas estão cobertas de destroços.

Vídeos capturados no momento do terremoto revelaram cenas de pânico, como clientes fugindo de supermercados enquanto prateleiras despencavam e produtos caíam no chão. Equipes de resgate trabalham intensamente, distribuindo cobertores e ajudando sobreviventes.

A agência de notícias Xinhua relatou que cerca de mil casas foram severamente danificadas. Bombeiros em uniformes laranja aparecem em parceiros atendendo idosos envolvidos em cobertores, enquanto procuram por sobreviventes em meio aos escombros.

Esforços de resgate e apoio governamental

O presidente da China, Xi Jinping, experimentou uma ampla operação de busca e salvamento, destacando a necessidade de minimizar as vítimas e garantir a segurança durante o inverno rigorosamente.

As autoridades enviaram ajuda emergencial para a região, incluindo tendas de algodão e colchas para enfrentar o frio extremo. De acordo com a Administração Meteorológica da China, as temperaturas aumentam perigosamente baixas.

Reflexos no Nepal e Índia

O impacto do terremoto foi sentido também no Nepal, incluindo a capital Katmandu e áreas próximas à base de acampamento do Everest. Em Namche, uma região do Nepal, moradores relataram tremores intensos.

Apesar disso, segundo o porta-voz do Ministério do Interior do Nepal, Rishi Ram Tiwari, não há registros de vítimas ou danos significativos no país até o momento. As forças de segurança foram mobilizadas como precaução.

Na Índia, os tremores foram sentidos no estado de Bihar, mas não há relatos de feridos.

Contexto histórico e técnico

A região do Tibete está localizada em uma zona de falha tectônica ativa, onde a placa indiana pressionou a placa euroasiática, formando a cordilheira do Himalaia. Essa configuração geológica torna uma área especialmente vulnerável a terremotos.

Em 2015, um terremoto de magnitude 7,8 devastou o Nepal, resultando em quase 9 mil mortes e mais de 22 mil feridos. Foi um dos desastres mais destrutivos na história recente da região, com mais de meio milhão de casas destruídas.

A China também tem um histórico significativo de terremotos mortais. No ano passado, um tremor de magnitude 7 matou três pessoas em uma área montanhosa. Em 2014, um abalo sísmico na província de Yunnan causou mais de 600 mortes, enquanto outro terremoto na província de Gansu, em 2022, deixou 148 mortos.

Últimas atualizações

Equipes de resgate permanecem no local, enfrentando temperaturas extremas para localizar desaparecidos e prestar assistência às vítimas. As autoridades ainda avaliam a extensão total dos danos, enquanto as réplicas continuam a preocupar os moradores.

A tragédia desta terça-feira destacou novamente a fragilidade de regiões densamente povoadas em áreas sísmicas e a necessidade de maior preparação e infraestrutura para mitigar os impactos desses desastres naturais.