Shein se prepara para IPO em Londres: desafios regulatórios e polêmicas sobre direitos humanos
Shein se prepara para IPO em Londres: desafios regulatórios e polêmicas sobre direitos humanos
Shein se prepara para o IPO em Londres em 2025, enfrentando desafios regulatórios e questões sobre direitos humanos, especialmente relacionados à cadeia de suprimentos na China
A Shein, gigante das negociações eletrônicas e moda rápida, está se preparando para realizar uma oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Valores de Londres no primeiro semestre de 2025.
A listagem pode ocorrer já na Páscoa, mas a empresa ainda depende de aprovações regulatórias tanto do Reino Unido quanto da China, o que torna o processo um desafio complexo.
Caminho complexo e desafios regulatórios
Fundada em 2012 na China, a Shein rapidamente se expandiu globalmente, tornando-se uma das principais marcas de moda rápida. No entanto, o caminho para a listagem da empresa em Londres não é simples.
A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) implementou regras de listagem offshore em 2023, que impactam diretamente empresas como a Shein.
Embora a sede da Shein tenha sido limitada para Cingapura em 2022, a empresa ainda depende da autorização da China, pois grande parte de sua cadeia de suprimentos está no país, com 5.800 fabricantes contratados.
Essa interdependência com a China exige uma autorização adicional, ou que tenha o processo prolongado. Uma visita recente da ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, à China pode acelerar o processo.
Reeves, acompanhado pelo chefe da Autoridade de Conduta Financeira (FCA), deverá se reunir com o vice-premiê chinês He Lifeng para discutir questões regulatórias essenciais para o IPO da Shein. Essa reunião pode ser crucial para obter a avaliação final do processo de listagem.
A desistência do IPO nos EUA
A decisão de buscar um IPO em Londres surgiu após Shein abandonar planos de se listar nos Estados Unidos. A empresa foi pressionada por questões relacionadas a direitos humanos e sua conexão com a China.
Parlamentares norte-americanos levantaram preocupações sobre o uso de trabalho imposto em sua cadeia de suprimentos, especialmente em relação ao algodão produzido na região de Xinjiang, acusado de envolvimento com abusos contra a população uigur.
Pequim negou essas acusações, mas o impacto das alegações sobre a imagem de Shein foi significativo.
A pressão do comitê britânico
A Shein também enfrentou críticas e questionamentos diretos sobre a transparência de suas operações. Recentemente, um comitê parlamentar britânico questionou a empresa sobre o uso de algodão de Xinjiang.
O conselheiro jurídico da Shein para a Europa, Oriente Médio e África, Yinan Zhu, evitou respostas diretas e preferiu enviar respostas por escrito. Embora tenha afirmado que a empresa cumpre as leis de todos os países onde opera, a falta de clareza nas respostas aumentou a pressão sobre a companhia.
A diversificação e as perspectivas de crescimento
A escolha da Shein por Londres reflete a tentativa de diversificar suas operações globais e atrair investidores europeus.
A empresa espera que a listagem em Londres permita maior liberdade regulatória e menos resistências políticas do que nos Estados Unidos. A operação pode ser uma nova fase de crescimento para a Shein, que já tem uma grande participação no mercado global de moda acessível.
Se aprovado, um IPO pode consolidar a Shein como um grande player do setor, mas terá que lidar com o escrutínio contínuo sobre as práticas de direitos humanos e sustentabilidade.
A empresa precisará equilibrar sua expansão com a critério de transparência e conformidade regulatória para garantir sua continuidade no mercado global.
Últimas notícias
-
Tecnologia de cor inovadora baseada em penas de pavão pode revestir seu próximo carro
-
Intel investe US$ 300 milhões para expandir operações na China e reforça presença no mercado
-
China revela roteiro para se tornar líder mundial em ciência espacial até 2050
-
Avanços tecnológicos geram produção recorde de petróleo de xisto na China
-
‘Monstro da infraestrutura’: como a China construiu a ferrovia de alta velocidade mais longa do mundo
-
TikTok demite centenas de funcionários globalmente, com foco em moderação de conteúdo por IA