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Rússia e China fortalecem laços militares em meio a tensões globais

Rússia e China fortalecem laços militares em meio a tensões globais

Durante uma visita a Pequim, o novo ministro da Defesa da Rússia, Andrey Belousov, destacou que Rússia e China possuem uma “compreensão comum sobre o que precisa ser feito” em relação aos desafios globais. A declaração foi feita após uma reunião com o vice-presidente da Comissão Militar Central da China, Zhang Youxia, na terça-feira.

Belousov, nomeado em maio, ressaltou que os Ministérios da Defesa dos dois países compartilham as mesmas avaliações sobre processos internacionais, especialmente em meio ao crescente cerco diplomático e econômico liderado pelos Estados Unidos e seus aliados, que pressionam a China devido aos seus laços estreitos com a Rússia.

Zhang Youxia, o oficial militar mais sênior da China, reforçou o compromisso de Pequim em aprofundar e expandir os laços militares com Moscou, além de manter um intercâmbio contínuo de alto nível entre as duas nações. “Estamos prontos para trabalhar em conjunto para manter a cooperação internacional, a paz e a estabilidade regional”, afirmou Zhang.

Aliança histórica em novos tempos

Zhang também enfatizou que as relações entre Rússia e China “atingiram o nível mais alto da história”, mencionando a importância do 75º aniversário da formalização das relações diplomáticas entre os dois países como um “novo ponto de partida” para fortalecer essa aliança.

O estreitamento dos laços entre Rússia e China não é recente. O reconhecimento formal da República Popular da China pelo antigo governo soviético, logo após sua fundação em 1º de outubro de 1949, marcou o início de uma aliança histórica. Ao longo das décadas, essa relação evoluiu, e atualmente, a cooperação militar tem se destacado como um dos principais pilares dessa parceria.

Tensão internacional e cooperação estratégica

A visita de Belousov a Pequim ocorre em um contexto de crescente rivalidade geopolítica. A aproximação entre Rússia e China desafia os esforços do Ocidente em isolar Moscou devido ao conflito na Ucrânia e em pressionar Pequim em questões como direitos humanos e a crescente influência econômica da China.

Para ambas as nações, a cooperação militar surge como uma resposta estratégica às pressões internacionais. A troca de experiências e a coordenação de iniciativas para garantir a estabilidade regional são prioridades compartilhadas, especialmente em áreas sensíveis, como a Ásia-Pacífico, onde a presença militar dos EUA e seus aliados tem se intensificado.

Ao mesmo tempo, a ampliação da cooperação militar não se limita a exercícios e intercâmbios de tecnologia. A Rússia e a China têm promovido uma frente unida em fóruns internacionais, com posturas alinhadas sobre questões como o multilateralismo e o respeito à soberania dos Estados. Essa parceria se torna ainda mais relevante no atual cenário global, onde ambos os países são desafiados a preservar seus interesses em meio a um ambiente cada vez mais volátil.

Desafios e o futuro da aliança

Embora o fortalecimento da parceria sino-russa traga vantagens estratégicas para ambos os lados, também existem desafios. A crescente dependência mútua pode criar pontos de atrito, especialmente à medida que a China se consolida como uma potência global, possivelmente rivalizando com a influência da Rússia em algumas regiões.

No entanto, o que parece claro é que, no curto prazo, a aliança entre Rússia e China está solidificada e deve desempenhar um papel fundamental nas dinâmicas internacionais. Seja em questões militares, diplomáticas ou econômicas, a cooperação entre as duas nações se apresenta como uma força contra o domínio ocidental e as tentativas de minar suas posições no cenário global.

Com a continuação dos intercâmbios de alto nível e a intensificação da colaboração militar, a Rússia e a China demonstram que estão preparadas para enfrentar os desafios internacionais juntas, consolidando um eixo de poder que promete remodelar as relações globais nos próximos anos.