Saiba quais países cumprem os padrões de qualidade do ar da OMS e os impactos da poluição, que afetam a saúde globalmente

Um novo relatório de tecnologia da IQAir, empresa suíça especializada em qualidade do ar, revelou um dado alarmante: apenas sete países ao redor do mundo mantêm níveis de poluição abaixo dos limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A pesquis, abrangeu 134 países e regiões e mostrou que partículas microscópicas de poluição, conhecidas como PM2,5, continuam a comprometer a saúde de milhões de pessoas globalmente.

Os países que se destacam particularmente

A Austrália, Estônia, Finlândia, Granada, Islândia, Ilhas Maurício e Nova Zelândia são os únicos lugares que estão cumprindo os rigorosos padrões internacionais de qualidade do ar.

Em outros termos, a quantidade de partículas PM2,5 nessas regiões não ultrapassa os níveis recomendados pela OMS.

Esses dados são cruciais, pois as partículas PM2,5 são capazes de causar sérios problemas de defesas e cardiovasculares. A exposição constante pode até levar à morte, alertam os especialistas.

Os campeões da polícia

No lado oposto, a situação é ainda mais grave. O Paquistão liderou o ranking dos países mais poluídos do mundo, com uma concentração de PM2,5 que é catorze vezes superior ao limite imposto pela OMS.

Outros países que aparecem em posições preocupantes são a Índia, Tajiquistão e Burkina Faso, que também apresentam níveis de poluição altíssimos. A cidade indiana de Begusarai, por exemplo, detém o título de área urbana com a pior qualidade do ar no planeta em 2023.

Glory Hammes, presidente executivo da IQAir na América do Norte, comentou sobre o cenário global: “A ciência é bastante clara sobre os impactos da poluição atmosférica e, no entanto, estamos habituados a ter um nível de poluição de fundo demasiado elevado para ser saudável .

Não estamos fazendo ajustes rápidos ou suficientes”.

A situação no Brasil

O Brasil ocupa a 83ª posição no ranking mundial de qualidade do ar. Embora não esteja entre os países com os piores índices de poluição, o Brasil também não se destaca com certeza.

Comparado com nações como a Grécia e o Chile, o país apresenta uma qualidade inferior. Entretanto, se for levado em consideração o contexto global, o Brasil está em uma situação menos crítica que os Estados Unidos e a Argentina.

Causas e consequências da poluição

A poluição atmosférica tem suas raízes em várias fontes, sendo as indústrias e os veículos os principais responsáveis. Além disso, fatores como incêndios florestais e a retomada das atividades econômicas, especialmente após a pandemia de Covid-19, se desenvolveram para o agravamento da situação.

No Canadá, por exemplo, um grande incêndio florestal no ano de 2023 afetou a qualidade do ar de todo o continente norte-americano, e até a Europa Oriental sentiu os efeitos da fumaça.

O futuro da qualidade do ar

Em 2021, a OMS comprometeu o limite considerado seguro para partículas PM2,5, passando de 10 microgramas por metro cúbico para 5 microgramas.

No entanto, uma pesquisa recente sugeriu que, na verdade, não há um nível seguro de exposição. Mesmo pequenas quantidades de PM2,5 estão ligadas ao aumento de hospitalizações por doenças respiratórias e cardíacas.

A IQAir defende que, para reverter esse quadro, é necessário tomar medidas concretas, como a adaptação das cidades para reduzir o uso de carros, a substituição de combustíveis fósseis por fontes de energia limpa e uma mudança na gestão florestal para diminuir os incêndios.