Chefe da Otan adverte: “ameaça da Rússia avança a toda velocidade em direção à aliança
Chefe da Otan adverte: “ameaça da Rússia avança a toda velocidade em direção à aliança
Aumento da ameaça russa e a necessidade de fortalecer a defesa da Otan
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, fez um alerta contundente nesta quinta-feira (12) durante uma conferência em Bruxelas sobre o avanço acelerado da ameaça da Rússia e a necessidade urgente de aumentar os gastos com defesa.
Rutte, ex-primeiro-ministro holandês, destacou que, embora não haja uma ameaça militar iminente a Otan, a situação de segurança mundial é pior do que nunca e exige uma resposta mais robusta.
Em suas palavras, “o perigo está avançando em nossa direção a toda velocidade”. Ele frisou que, apesar de não haver uma ameaça direta, a aliança precisa se preparar para os desafios que surgirão nos próximos anos.
Para ele, a segurança global vive um momento crítico, em comparação com o período pós-Guerra Fria, quando a Otan experimentou uma redução nos gastos militares. Com a crescente ameaça da Rússia e o fortalecimento das forças chinesas, Rutte acredita que a atual atitude de defesa da Otan precisa mudar radicalmente.
Gastos em defesa: o novo imperativo
O ex-primeiro-ministro enfatizou que a aliança deve abandonar a visão de “meta mínima” de 2% do PIB para gastos com defesa, aplicada por seus membros há uma década. Esse índice, que antes era considerado adequado, agora precisa ser superado para enfrentar as ameaças futuras.
Rutte foi claro: “Não estaremos seguros no futuro, a menos que estejamos preparados para enfrentar o perigo”, destacando a importância de acelerar a produção de equipamentos militares e fortalecer as indústrias de defesa dos países da Otan.
Para ele, a mentalidade de guerra precisa ser imposta imediatamente, já que a Rússia se prepara para um confronto prolongado com a Ucrânia e com a própria Otan.
Rutte lembrou que o conflito na Ucrânia deixou um saldo devastador, com cerca de 10 mil mortes semanais, e mais de um milhão de vítimas desde fevereiro de 2022.
Ameaça da China
Além da Rússia, Rutte destacou a ascensão militar da China, que está expandindo suas forças armadas de maneira alarmante. Ele alertou que o número de ogivas nucleares chinesas, que em 2020 era de cerca de 200, pode ultrapassar 1.000 até 2030. A China está introduzindo equipamentos militares a uma taxa muito mais rápida do que os Estados Unidos, o que representa mais uma frente de preocupação para a Otan.
Mesmo sem uma guerra formal em andamento, Rutte enfatizou que o mundo está longe da paz. “Não estamos em guerra, mas, definitivamente, também não estamos em paz”, afirmou, apontando que a capacidade de dissuasão da Otan é boa por enquanto, mas que o futuro exige mais específico.
Desafios na indústria de defesa da Europa
Rutte também criticou a situação da indústria de defesa na Europa, que, segundo ele, foi negligenciada por décadas de subinvestimentos. O setor, descrito como pequeno, fragmentado e lento, enfrenta dificuldades para atender às crescentes necessidades militares.
Isso contrasta com a Rússia, cujas fábricas de armamentos estão operando em capacidade máxima. Para garantir a segurança da aliança, Rutte defendeu um investimento sólido na reestruturação das indústrias nacionais de defesa, para evitar que a Otan fique atrás na corrida armamentista.
Em resumo, a mensagem de Mark Rutte é clara: a Otan precisa se reerguer rapidamente, não apenas para enfrentar a ameaça russa, mas também para lidar com a crescente agressividade de outros atores globais, como a China.
Para isso, é necessário um aumento significativo nos gastos com Defesa e uma modernização urgente da indústria militar. O tempo para reagir é curto e, como Rutte alertou, o perigo já está se aproximando rapidamente.
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