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China engrena, mas ameaça dos EUA pode frear a máquina industrial

Produção industrial da China cresce em novembro, mas riscos persistem com promessas de tarifas dos EUA

A produção industrial chinesa registrou crescimento modesto pelo segundo mês consecutivo em novembro, segundo pesquisa oficial. O índice de gerentes de compras (PMI) alcançou 50,3, o maior nível em sete meses, superando os 50,1 de outubro e a previsão de 50,2 estimada pela Reuters. Uma marca acima de 50 indica expansão no setor.

O avanço reflete os efeitos de uma onda de estímulos econômicos inovadores para revitalizar a segunda maior economia do mundo. Contudo, o cenário ainda enfrenta incertezas, especialmente com as ameaças comerciais do presidente-eleito dos EUA, Donald Trump, que propõe tarifas agressivas contra produtos chineses.

Confiança nas fábricas começa a melhorar

Após meses de baixa confiança no setor industrial, dois meses de crescimento no PMI indicam um impacto positivo das medidas de estímulo. A recuperação ocorre em um contexto de preços ao produtor em queda e pedidos reduzidos, fatores que vinham enviados às fábricas.

Apesar da melhoria, os desafios permanecem. As tarifas adicionais prometidas por Trump podem comprometer a competitividade da indústria chinesa no próximo ano. A possível escalada comercial representa uma ameaça significativa ao otimismo observado recentemente no setor de produção.

Setor imobiliário e riscos comerciais

O mercado imobiliário, uma peça-chave da economia chinesa, também apresenta sinais de recuperação, mas enfrenta restrições. As autoridades buscam estímulos para equilibrar as vulnerabilidades econômicas, antecipando um cenário complexo antes do segundo mandato de Trump.

Na última semana, Trump reiterou planos para importar uma tarifa de 10% sobre produtos chineses. A medida seria uma forma de pressão de Pequim para combater a fabricação de materiais químicos usados ​​na produção de fentanil. Durante a sua campanha, ele já havia ameaçado tarifas superiores a 60%, reforçando a tensão entre as duas potências.

Exportações e perspectivas para 2025

As exportações chinesas surpreenderam em outubro, superando expectativas devido à antecipação de remessas antes da imposição de novas tarifas pelos EUA e pela União Europeia. Apesar disso, a economia chinesa ainda enfrenta incertezas no prazo médio.

“A economia se estabilizou recentemente, com políticas fiscais e monetárias mais flexíveis desde a reunião do Politburo em setembro. Mas a perspectiva para 2025 segue incerta”, afirmou Zhang Zhiwei, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.

Zhang alerta que uma guerra comercial iminente pode frear investimentos empresariais. Embora os investidores esperem por novos estímulos fiscais, o tamanho e a composição desses gastos ainda não são claros, alimentando dúvidas sobre o futuro da economia chinesa.

Com um cenário global em transformação, o setor industrial chinês avança, mas segue atento às movimentações políticas e comerciais que podem moldar seu desempenho nos próximos anos.

China rejeita ameaça de tarifas de Trump e alerta para escalada na guerra comercial

Tensão comercial: China rebela-se contra ameaça de tarifas de Trump

A relação comercial entre os Estados Unidos e a China está mais uma vez no centro das atenções. Nesta quinta-feira (28), a China reagiu de forma enfática à ameaça do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de importar tarifas adicionais sobre produtos chineses. A justificativa de Trump seria o combate ao fluxo de fentanil, um opioide devastador que tem impactado fortemente a saúde pública americana. A China, por sua vez, refutou a acusação e afirmou que os Estados Unidos estão tentando transferir a responsabilidade pela crise de opioides para o gigante asiático.

Aumento de tarifas: a promessa de Trump

Na sua declaração, Trump reiterou a sua promessa de uma tarifa de 10% sobre os produtos chineses a partir de 20 de janeiro, dados em que assume a presidência. O objetivo seria forçar Pequim a tomar medidas mais rigorosas para impedir o tráfico de produtos químicos usados ​​na fabricação do fentanil, substância com alto potencial viciante. Durante sua campanha, o republicano chegou a ameaçar tarifas de até 60% sobre os produtos chineses, o que acirrou ainda mais a tensão entre as duas potências.

China rejeita tarifas unilaterais

A resposta chinesa veio por meio de He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio, que criticou as ações unilaterais dos Estados Unidos. “A imposição de tarifas arbitrárias sobre parceiros comerciais não resolverá os problemas dos Estados Unidos”, afirmou ele, ressaltando que a China é contra qualquer aumento unilateral de tarifas. Para o governo chinês, a solução deve ser o respeito às normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e um esforço conjunto para promover relações comerciais resultantes.

A ameaça de novas tarifas coloca em perspectiva um possível agravamento da guerra comercial entre as duas nações, um cenário que preocupa os analistas. A guerra comercial iniciada durante o primeiro mandato de Trump resultou em tarifas que variaram de 7,5% a 25% sobre produtos chineses, além de deficiências nas cadeias de suprimentos globais. Os especialistas apontam que a situação pode se tornar ainda mais complicada nos próximos quatro anos, com implicações econômicas profundas.

Risco de impactos mútuos

Na China, editoriais em meios de comunicação estatais alertam para o risco de uma guerra tarifária que poderia prejudicar ambas as economias. A tensão crescente levanta questões sobre os reais interesses de Trump e as consequências de suas promessas de suportar as relações comerciais com a China. O futuro das negociações parece incerto, e o impacto nas economias de ambos os países poderá ser significativo.

concessionária

Conheça a concessionária abandonada com mais de 300 carros colocada à venda por

Em Canaan, no estado americano de New Hampshire, uma antiga concessionária de carros foi colocada à venda por 350 mil dólares. Localizada perto da fronteira com Vermont, uma propriedade de 18 acres oferece uma oportunidade rara para entusiastas de automóveis.

Conhecida como “Parts of the Past”, uma propriedade que inclui mais de 300 carros antigos, muitos dos quais são modelos clássicos americanos. Esses carros estão em diversos estados de conservação, tornando a venda uma chance única de adquirir uma coleção valiosa de história automotiva.

Além dos carros, a propriedade conta com uma cabana charmosa de um quarto. A cabana tem paredes de carvalho e tetos com vigas expostas, o que lhe confere um toque rústico e acolhedor. Apesar de precisar de algumas reformas, o imóvel tem móveis vintage que se encaixam perfeitamente com o estilo da casa.

A sala de estar é equipada com poltronas antigas, uma escrivaninha e uma mesa de centro, criando um ambiente nostálgico e confortável. No conservatório, uma grande banheira de hidromassagem e amplo espaço de armazenamento completam o cenário.

Todos os detalhes da antiga concessionaria de carros

No andar superior, o quarto principal possui um banheiro privativo, oferecendo mais comodidade aos futuros moradores. No entanto, é no terreno que o verdadeiro valor da propriedade se revela. Espalhados por toda a área, os carros clássicos formam um verdadeiro tesouro.

A venda ressalta a raridade e o apelo atemporal desses veículos, o que torna esta oportunidade ainda mais interessante para os apaixonados por carros antigos.

Com um pedaço de terra e uma coleção impressionante de veículos históricos, esta propriedade é ideal para um colecionador que busca restaurar e preservar carros clássicos. A oferta é realmente única, apresentando não apenas uma propriedade, mas também um pedaço significativo da história automotiva.

Motorista de massa lunar: a tecnologia inovadora que pode tornar a colonização de Marte uma realidade

Imagine a possibilidade de lançar recursos diretamente do solo lunar para o espaço, cortando as altas despesas de lançamento da Terra e criando uma nova era para a exploração interplanetária. Essa ideia, até pouco tempo vista como um conceito de ficção científica, está se aproximando da realidade, graças ao desenvolvimento de uma tecnologia chamada propulsor de massa, ou Mass Driver. Esse sistema poderia ser a chave para a colonização de Marte, transformando a Lua em uma plataforma de lançamento cósmico.

O conceito do Mass Driver

Um propulsor de massa lunar é um dispositivo futurístico projetado para aproveitar a baixa gravidade da Lua, perto de um sexto da gravidade da Terra. Esse sistema usaria o regolito lunar — a poeira da Lua — como matéria-prima para lançar materiais diretamente ao espaço. A proposta é utilizar essa tecnologia para enviar recursos necessários para a construção de estações espaciais, habitats ou até as mesmas missões a Marte e além.

O cientista Pekka Janhunen, do Instituto Meteorológico Finlandês, é um dos pioneiros dessa ideia. Ele propõe um modelo inovador para explorar as características gravitacionais da Lua, garantindo lançamentos mais eficientes e com custo limitado. Ao contrário da Terra, onde a gravidade exige enorme consumo de energia para lançamentos, a Lua oferece condições ideais para essa tecnologia revolucionária.

Transformando desafios em oportunidades

Uma das características únicas da Lua são suas anomalias gravitacionais, áreas com variações irregulares no campo gravitacional, que foram mapeadas pela missão GRAIL da NASA. Embora essas anomalias sejam, geralmente, um problema para navegação de naves espaciais, elas podem, na verdade, ser usadas como pontos estratégicos de lançamento. Ao posicionar o propulsor de massa nessas zonas, seria possível catapultar materiais para a órbita lunar ou até mesmo para destinos mais distantes no sistema solar, como Marte.

Para que isso aconteça, o sistema precisaria atingir uma velocidade orbital de 1,7 km/s, muito mais acessível do que a velocidade de escape de 11,2 km/s necessária na Terra. Uma vez no espaço, os materiais lançados poderiam ser interceptados por rebocadores espaciais reutilizáveis, o que reduziria significativamente os custos e as necessidades de energia para missões espaciais mais longas.

Especificações técnicas: o funcionamento de um propulsor de massa lunar

A criação de um propulsor de massa lunar requer engenharia avançada, adaptada às condições extremas da Lua. O projeto inclui os seguintes componentes essenciais:

  • Tecnologia de propulsão: Sistemas de tração eletromagnética, usando motores lineares, são empregados para contribuições úteis ao longo de uma pista, eliminando a necessidade de propelentes químicos.
  • Velocidade de lançamento: As cargas precisam atingir 1,7 km/s para atingir a órbita lunar, uma velocidade bem inferior aos 11,2 km/s exigidos na Terra.
  • Adaptabilidade dos materiais: O regolito lunar, abundante na superfície da Lua, poderia ser moldado em unidades compactas e lançáveis, sendo útil para construção no espaço.
  • Fontes de energia: A energia solar seria a principal fonte de energia para o propulsor, com baterias fornecidas suporte durante as noites lunares.

Comparando a Lua com a Terra: a dinâmica de lançamento

RecursoLuaTerra
Gravidade1,62 m/s² (16,5% da Terra)9,8 m/s²
Velocidade de Escape~2,4 km/s11,2 km/s
Arrasto AtmosféricoNenhumAlto
Demanda de EnergiaBaixaAlta
Lançamento de InfraestruturaEm desenvolvimentoBem estabelecido

Os desafios a superar

Apesar das promessas dessa tecnologia, transformar essa ideia em realidade ainda enfrenta diversos obstáculos. O ambiente hostil da Lua, com temperaturas extremas que variam de -173°C a 127°C, e a poeira lunar altamente abrasiva, desliga soluções de engenharia inovadoras. Além disso, o transporte dos componentes necessários para construir um propulsor de massa lunar exigiria uma quantidade significativa de lançamentos da Terra, o que aumentaria os custos do projeto.

Outro desafio importante é a colaboração internacional. Para que o projeto seja bem sucedido, será necessário um esforço conjunto entre grandes agências espaciais como a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e até a mesma Agência Espacial Chinesa. Gigantes do setor privado, como a SpaceX, também terão papel fundamental nesse processo. Sem uma coalizão de recursos, conhecimento e financiamento, esse sonho pode continuar distante.

A possibilidade de colonizar Marte

Apesar das dificuldades, a ideia de utilizar a Lua como plataforma de lançamento para missões a Marte e outros destinos espaciais é cada vez mais realista. O propulsor de massa lunar pode ser uma chave para reduzir custos de lançamento, tornando possível a colonização de Marte e a exploração de recursos no sistema solar.

Com a colaboração entre diferentes países e empresas, esse projeto pode não apenas mudar a forma como exploramos o espaço, mas também transformar a Lua na porta de entrada para o futuro da humanidade além da Terra.

Meta aposta nos óculos de realidade aumentada Orion para se tornar o ‘AirPods’ da RA

Em setembro deste ano, a Meta, famosa pela criação do Facebook e outras plataformas sociais, fez um anúncio que agitou o mundo da tecnologia: revelou pela primeira vez um protótipo inicial de seus óculos de realidade aumentada, o Orion. Embora ainda estejam longe de se tornarem um produto comercial disponível para o público, a empresa acredita que o dispositivo pode ser a chave para o futuro da realidade aumentada (RA).

Os óculos Orion: um passo em direção ao futuro

O protótipo dos óculos Orion, segundo a Meta, tem “a aparência e o toque de um par de óculos comum”. Essa descrição, porém, não convenceu completamente alguns analistas. Para quem possui miopia ou está em um ambiente com neblina à noite, talvez seja uma descrição aceitável. No entanto, para o restante das pessoas, os óculos ainda mais se parecem com o que realmente são: um protótipo inicial de um produto que visa aproximar a tecnologia da realidade aumentada de um dispositivo utilizável no dia a dia.

Não se pode negar que, apesar de algumas críticas, o protótipo apresentado pela Meta é uma conquista impressionante. Conseguir colocar tanta tecnologia de RA em um formato que se assemelha a um par de óculos é algo notável. Comparado a dispositivos anteriores, como o Vision Pro da Apple ou a proposta da Xiaomi, os óculos da Meta são um avanço considerável. No entanto, ainda há um grande abismo entre o que a Meta está mostrando e o que as grandes empresas de tecnologia, como a Apple, provavelmente lançariam como um produto de consumo.

Os desafios da Meta e a diferença de abordagem da Apple

O preço de fabricação do protótipo é outro fator a ser considerado: estima-se que seja de cerca de US$ 10.000. Esse é apenas um dos muitos desafios que a Meta enfrenta para transformar o Orion em um produto viável para o consumidor final.

Enquanto a Meta adota uma abordagem mais aberta e pública, exibindo seus protótipos em eventos, a Apple mantém seus óculos de realidade aumentada em segredo, com protótipos guardados a sete chaves em seus laboratórios. Ambas as empresas, porém, parecem ter uma visão em comum: a de que a tecnologia deve ser usada para complementar e aprimorar a experiência do mundo real, e não substituí-la por completo.

A visão da Meta: conectar-se com o mundo real

Joshua To, chefe da divisão de wearables da Meta, compartilhou sua visão sobre o futuro do Orion em uma entrevista à Fast Company. Para ele, o objetivo não é criar um dispositivo que mergulhe o usuário em uma “realidade 2.0” completamente imersiva, mas sim um dispositivo que pode ser facilmente colocado e removido, funcionando mais como um complemento ao mundo real. Ele compara o uso dos óculos com o de fones de ouvido AirPods: você os coloca quando deseja um momento de imersão, como ouvir música, mas os retira quando quer interagir com as pessoas ao seu redor.

Essa abordagem, na verdade, lembra bastante a filosofia da Apple, que sempre valorizou a privacidade e a experiência do usuário sem forçar a imersão constante em um mundo virtual.

Privacidade e identificação: o desafio da Meta

Outro ponto interessante é a proposta da Meta em relação à privacidade e identificação com os óculos Orion. Como alguém que tem dificuldades de reconhecimento facial devido à afasia facial leve, To vê grande valor na ideia de um dispositivo de RA que ajude a identificar pessoas conhecidas. Ele revela que a Meta está desenvolvendo protótipos internos para identificar essas pessoas, mas com um cuidado especial com a privacidade, algo que também é uma preocupação constante da Apple.

No caso do Orion, a Meta pretende permitir que os usuários escolham se desejam ou não compartilhar seu nome e outras informações com aqueles ao seu redor. Em um cenário como o de uma conferência, você poderia optar por revelar seu nome ou permanecer anônimo, com a tecnologia exibindo seu nome apenas se você autorizar. Essa abordagem, segundo To, visa garantir que a privacidade seja respeitada, algo que ele considera “incrivelmente incrível”.

O futuro dos óculos de RA: um passo lento, mas promissor

Embora a Meta tenha dado um grande passo com os óculos Orion, ainda há muito caminho a percorrer. A concorrência com empresas como a Apple e a Xiaomi, além dos altos custos de fabricação e a necessidade de conquistar a confiança do consumidor, tornam esse um desafio complexo. No entanto, a empresa parece determinada a seguir em frente, confiando que, com o tempo, os óculos Orion podem se tornar tão populares e essenciais quanto os AirPods.

Com o avanço da tecnologia e uma abordagem cuidadosa para resolver questões como privacidade e usabilidade, a Meta pode, no futuro, transformar esses óculos de protótipo em um produto de consumo que mudará a forma como interagimos com o mundo ao nosso redor. Até lá, o Orion permanecerá como uma promessa que, aos poucos, vai se aproximando da realidade.

Descobertas as pedras misteriosas de 12.000 anos que teriam sido utilizadas nas rodas mais antigas do mundo

Uma recente descoberta arqueológica em Israel está iluminando um momento importante da história humana, relacionado ao desenvolvimento de ferramentas rotacionais. Um grupo de pesquisadores pesquisa pedras perfuradas que podem ter sido usadas como espirais de fuso, um dispositivo que pode ter sido crucial para o avanço das primeiras tecnologias rotacionais.

Essas pedras foram encontradas no sítio de escavação de Nahal-Ein Gev II, localizado no norte de Israel. Datadas de aproximadamente 12.000 anos, elas pertencem ao período Neolítico, uma época de grandes mudanças na vida humana, com uma transição para a agricultura.

De acordo com o estudo de Talia Yashuv e Leore Grosman, da Universidade Hebraica de Jerusalém, essas pedras perfuradas podem ser um dos primeiros exemplos de ferramentas rotacionais usadas pelos seres humanos, muito antes da invenção das rodas de carroça da Idade do Bronze.

Confirmando a hipótese com experimentos

As pedras em questão têm um formato circular com um furo central, características típicas de espirais de fuso. Esses dispositivos, que são conectados a uma pressa de fuso, ajudam a girar as fibras, como lã ou linho, de maneira eficiente, mudando-as em fios. Os pesquisadores sugerem que, devido à sua forma e estrutura, essas pedras seriam ideais para funcionar como espirais de fuso, facilitando a concentração de fibras.

Utilizando uma técnica inovadora baseada em modelos digitais 3-D, os cientistas foram capazes de estudar com precisão as pedras e seus furos negativos, uma abordagem que trouxe novas informações sobre essas ferramentas antigas. Para confirmar suas teorias, os pesquisadores também realizaram experimentos, utilizando réplicas dessas pedras para fiar linho, o que demonstrou que as pedras realmente poderiam ser usadas de forma eficaz como espirais de fuso.

Essa descoberta tem implicações significativas para a compreensão da história da tecnologia humana. Ela representa um dos primeiros exemplos de humanos utilizando a rotação em ferramentas, um princípio que mais tarde seria essencial para o desenvolvimento de outras invenções, como a roda de oleiro e a roda de carroça. Esses avanços tecnológicos foram fundamentais para o crescimento das primeiras civilizações e marcaram um ponto de virada na história do homem.

Os autores do estudo destacam a importância dessa descoberta para a compreensão da inovação humana. Eles observam como a tecnologia moderna permite que nos conectemos com as artes pré-históricas e possamos aprender mais sobre sua capacidade de criar e inovar. Além disso, os pesquisadores apontam a relação entre a tecnologia antiga e a moderna, mostrando como a inovação não está no cerne da evolução humana.

O estudo, intitulado “12.000 anos de espirais de fuso e a inovação das tecnologias rotacionais”, foi publicado em 13 de novembro de 2024 no periódico científico PLOS ONE . A pesquisa foi financiada por várias instituições, incluindo a Fundação Científica de Israel e a Fundação Arqueológica Irene Levy Sala CARE, entre outras.

Essa descoberta, embora aparentemente simples, oferece uma janela fascinante para o passado e para a engenhosidade dos primeiros humanos, que conseguiu explorar o potencial de rotação para resolver problemas cotidianos, pavimentando o caminho para inovações tecnológicas que seriam necessárias para o avanço das civilizações.

UE recorre à China para impedir diminuição de apoio dos EUA a Ucrânia

Atenção ao futuro: a reconfiguração das relações transatlânticas sob Trump e a guerra na Ucrânia

Depois de garantir a sua vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, Donald Trump rapidamente deixou claro que, uma vez de volta à Casa Branca, a sua prioridade seria reduzir a ajuda dos EUA à Ucrânia.

Segundo o ex-presidente, ele teria a intenção de colocar fim à guerra provocada pela Rússia logo após sua posse. Essa ameaça levanta questões sobre o futuro apoio dos Estados Unidos à Ucrânia, especialmente no contexto de um envolvimento crescente da China e de outros atores internacionais, como o Irã e a Coreia do Norte, no conflito.

No cenário europeu, a Comissão dos Assuntos Externos do Parlamento Europeu, ciente da nova ameaça à estabilidade da Ucrânia, está buscando uma maneira de manter o apoio dos EUA ao país. De acordo com Kaja Kallas, comissária indigitada para os Negócios Estrangeiros e Segurança, se os Estados Unidos estão preocupados com a ascensão da China e com outros desafios globais, é fundamental que eles também se preocupem com o impacto da guerra na Ucrânia.

Kallas argumentou que a assistência de Pequim à Rússia, bem como a de outros países como o Irã e a Coreia do Norte, precisa ser observada com mais rigor, apontando que essas nações devem pagar um “preço mais alto” para apoiar a máquina de guerra russa .

Esses comentários não foram um caso isolado. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, reforçou a necessidade de uma colaboração transatlântica mais estreita, especialmente em tempos de incerteza política nos EUA. Após uma reunião de líderes da União Europeia em Budapeste, von der Leyen declarou que a segurança da Europa e do Indo-Pacífico estão interligadas. A Rússia, segundo ela, não representa apenas uma ameaça para a Europa, mas para a segurança global. Essa abordagem indica uma estratégia mais coordenada entre os aliados ocidentais, especialmente em relação às ações de Moscou, que, além do apoio de Pequim, utiliza tecnologias do Irã e da Coreia do Norte em seus ataques na Ucrânia.

As dúvidas sobre a assistência dos EUA

A ameaça de Trump de cortar a ajuda financeira à Ucrânia gerou novas preocupações, especialmente com relação a um empréstimo de 50 bilhões de dólares dos aliados do G7, dos quais os Estados Unidos são responsáveis ​​por 20 bilhões. Destes, metade seria destinada à assistência militar, uma parte que precisa da aprovação do Congresso. Se essa aprovação não ocorrer antes de sua posse, Trump conseguiu interromper o fluxo de dinheiro, o que certamente teria um impacto devastador nas capacidades de defesa da Ucrânia.

Essa possibilidade gerou discussão dentro da comunidade internacional sobre como a guerra na Ucrânia poderia se tornar um fator de atrito entre os aliados. O discurso de Trump também sugere que ele poderia encontrar uma solução rápida para o conflito, talvez tentando impor concessões territoriais dolorosas à Ucrânia, o que geraria grande preocupação tanto em Kiev quanto em suas potências aliadas. Uma abordagem “transacional” de Trump, focada em ganhos tangíveis e rápidos, poderia minar os esforços de longo prazo para a estabilidade na região.

A recalibração da política externa dos EUA e as implicações para a Europa

A presidência de Joe Biden teve como objetivo ajustar a política externa dos EUA, com um foco renovador na Ásia, particularmente em relação à China. O governo Biden não apenas lançou a Estratégia Indo-Pacífica, mas também formou parcerias multilaterais com países da região, incluindo acordos militares, para enfrentar o crescimento da influência chinesa. Além disso, a aliança da OTAN, sob pressão dos Estados Unidos, também começou a prestar mais atenção à segurança do Indo-Pacífico, reconhecendo que as dinâmicas dessa região podem afetar diretamente a segurança da Europa.

A Europa, portanto, encontra-se numa posição delicada, tentando equilibrar a continuidade do apoio à Ucrânia, garantindo a estabilidade interna, e lidando com a crescente assertividade da China. No entanto, a chegada de Trump ao poder poderá significar uma alteração na forma como a interação dos EUA com os seus aliados europeus. O foco de Washington em Pequim e os interesses de segurança europeia podem resultar em uma “abordagem transacional” nas relações transatlânticas. Isso significa que questões comerciais e de segurança podem ser tratadas de forma mais pragmática, com os EUA submetidos à União Europeia para alinhar mais estreitamente suas políticas em relação à China.

O futuro das relações Europeias com os EUA sob Trump

Para Ian Lesser, do German Marshall Fund, uma nova abordagem transatlântica poderá ser mais explícita e direta, com questões de segurança e comércio sendo abordadas de maneira mais assertiva. Menor acredita que os EUA podem exigir um compromisso mais claro da UE com a sua política de segurança, assim como com a política económica, para garantir um alinhamento estratégico mais estreito.

Kaja Kallas, que deverá assumir a carga do Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros em dezembro, desempenhará um papel fundamental nesse processo. Ela terá que lidar com as tensões internas na UE e ao mesmo tempo construir uma estratégia mais sólida para garantir que os interesses europeus sejam respeitados em um ambiente de crescente instabilidade geopolítica. Em suas palavras, é essencial que os EUA entendam que a segurança europeia está indissociavelmente ligada à segurança global, e é nesse contexto que a Ucrânia precisa continuar sendo uma prioridade.

Em resumo, com a possível reeleição de Trump, o futuro das relações transatlânticas está em risco de uma reconfiguração. A ameaça de corte de apoio à Ucrânia coloca em execução a unidade dos aliados ocidentais, enquanto a crescente influência da China e os interesses de segurança da Europa exigem uma abordagem mais cuidadosa e coordenada. O desenvolvimento desta nova fase dependerá da capacidade de líderes como Kallas e von der Leyen de manterem a coesão interna da União Europeia e de convencerem os EUA a seguirem uma política de apoio à Ucrânia, mesmo face às mudanças no comando da Casa Branca.

De carros a alimentos: medo de novas tarifas de Trump faz americanos estocarem bens

Consumo antecipado nos EUA: medo de aumentos de preços com as propostas de tarifas de Trump

Com a ameaça das novas tarifas propostas pelo presidente eleito Donald Trump, que podem chegar a 60% sobre importações da China e até 20% para outros países, consumidores e pequenas empresas nos Estados Unidos têm adotado uma estratégia preventiva: estocar produtos para evitar possíveis aumentos de preços. Num cenário econômico incerto, onde as tarifas ainda não têm cronograma definido, a medida reflete uma preocupação crescente com a inflação e os impactos diretos no orçamento familiar e nos negócios.

Entre os itens mais procurados estão carros, produtos de higiene pessoal, alimentos congelados e materiais para empresas. A contadora Kristen Hull, de 38 anos, por exemplo, decidiu antecipar a compra de um carro, temendo que os preços subam em seis meses. Ela também está pensando em adquirir um novo laptop e roupas de inverno. “Estou preocupado com os custos. Achei melhor agir agora antes de ficar fora do meu orçamento”, disse.

A expectativa é que, caso as tarifas sejam inovadoras, empresas como AutoZone e Columbia Sportswear, já tenham sinalizado que repassarão os custos adicionais para os consumidores. “Essas tarifas podem ter um grande impacto, tanto no setor de varejo quanto na produção”, afirmou um analista da área. A mudança nas políticas comerciais dos EUA pode variar desde itens de consumo até produtos essenciais para o cotidiano.

Marissa Garcia, também de 38 anos, está entre aquelas que estão preparadas para um aumento nos preços. Ela começou a estocar alimentos como frutas e vegetais congelados, alho e café, além de produtos de higiene pessoal como máscaras e álcool em gel. Mesmo com as dificuldades financeiras, Garcia vê isso como uma forma de atenuar os impactos das tarifas. “É um sacrifício, mas prefiro garantir que terei o que preciso no futuro, do que arriscar pagar mais depois”, comentou.

O impacto nas pequenas empresas

Além dos consumidores, as pequenas empresas também estão tomando medidas preventivas. Beatrice Barba, dona de uma loja especializada em copos ecológicos, está considerando investir até US$ 200 mil para estocar materiais importados da China e evitar aumentos no custo de produção. Lisa Evans, proprietária de um salão de beleza na Flórida, também está revisando suas fontes de recursos, especialmente produtos como extensões capilares e tinturas de cabelo, que muitas vezes vêm de outros países.

O impacto das tarifas vai além dos produtos de consumo e pode afetar diretamente a rentabilidade dos pequenos negócios. Jonathan Gold, vice-presidente da Federação Nacional de Varejo, alerta que o alcance dessas tarifas será grande. “As empresas não conseguem absorver esses custos sozinhos, então, naturalmente, terão que repassá-los aos consumidores”, afirmou.

Para empresários como Javon Ford, químico há 30 anos, o aumento de preços também está afetando a cadeia de suprimentos de materiais primários. Ford, que trabalha na indústria cosmética, planeja estocar pigmentos de cor, mas admite que é difícil prever todas as necessidades futuras. “As tarifas podem afetar a oferta de materiais-primas, então estou tentando me antecipar o máximo possível”, explicou.

Cautela e planejamento para o futuro

Diante de tantas incertezas, muitos consumidores e empresários estão adotando uma postura de cautela. Hull, que recentemente comprou um carro, agora foca em reforçar sua poupança, preparando-se para o pior cenário possível. “É basicamente esperar para ver o que acontece e tentar estar preparado para o que vier”, concluiu.

As propostas de Trump, se romperem, resultarão em um custo adicional de pode até US$ 1.500 por ano para cada família americana, além de um aumento de 0,4 pontos percentuais na inflação até 2025. Para muitos, o cenário é de incerteza, mas também de estratégias para mitigar o impacto das tarifas cada vez mais prováveis.

EUA impulsionam a integração militar-civil na China, apontam pesquisadores

Uma pesquisa conduzida por especialistas chineses sugere que as sanções impostas pelos Estados Unidos durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump aceleraram significativamente a integração entre as tecnologias civis e militares na China.

O estudo, liderado por Tian Qingfeng, da Escola de Administração da Universidade Politécnica do Noroeste (NWPU), estabelece uma conexão direta entre as restrições americanas e o fortalecimento dessa cooperação estratégica no país asiático.

De acordo com o estudo, a capacidade de “transferência tecnológica militar-civil” na província de Shaanxi, no noroeste da China, quase dobrou em apenas um ano, a partir de 2020. Já na província de Guangdong, no sul do país, esse índice chegou perto de seu limite teórico em 2021, o que indica que mais de 90% das novas tecnologias civis podem ser convertidas para uso militar e vice-versa.

Esses números são notáveis, considerando que antes de 2016 a proporção de tecnologias transferidas entre os dois setores não ultrapassava 20%. Essa resistência mútua era motivada por desconfianças históricas: enquanto o setor militar via os fabricantes civis com cautela, estes últimos temiam que o desenvolvimento de tecnologias militares pudesse prejudicar sua competitividade internacional e afastar investidores estrangeiros.

O estudo afirma que as ações da administração Trump acabaram por desmontar essa barreira invisível. Entre as medidas citadas estão as sanções que quase paralisaram a gigante chinesa ZTE ao cortar seu acesso a chips essenciais e a prisão de Meng Wanzhou, filha do fundador da Huawei, no Canadá, por iniciativa dos EUA. Além disso, uma série de empresas chinesas foi incluída em listas de sanções, e milhares de cientistas chineses em universidades americanas passaram a ser investigados.

Os pesquisadores destacam que essas sanções forçaram a China a repensar sua estratégia tecnológica, incentivando a cooperação entre seus setores militar e civil como uma resposta direta às ações americanas. Essa aproximação, antes inimaginável, agora representa um avanço que pode reconfigurar o equilíbrio geopolítico em torno do desenvolvimento de tecnologias emergentes.

Curiosamente, os próprios EUA podem não ter previsto o impacto amplo de suas sanções, que ajudaram a China a alcançar um patamar tecnológico que parecia distante há apenas uma década.

Air Max 1000: Nike revoluciona com tênis quase totalmente impresso em 3D

No último final de semana, a Nike deu mais um passo à frente no universo da inovação ao apresentar o Air Max 1000, seu primeiro calçado fabricado quase com impressão 3D. O lançamento ocorreu na ComplexCon, em Las Vegas, e marcou a parceria da gigante esportiva com a Zellerfeld, uma empresa reconhecida por sua expertise em impressão 3D de calçados. Apesar da funcionalidade em torno do modelo, ele ainda não está disponível para o público em geral.

Uma reinvenção tecnológica do clássico

Inspirado no Air Max 1, que estreou em 1987 e se tornou icônico por sua almofada de ar visível, o Air Max 1000 eleva a herança do design a um novo patamar. Embora a almofada de ar do modelo não seja impressa em 3D, todo o restante do tênis foi desenvolvido utilizando um material único e flexível, fruto da tecnologia inovadora.

O calçado apresenta um solado com diferentes camadas de densidade e textura, proporcionando firmeza e suporte na parte inferior, enquanto as partes superiores são projetadas para maior flexibilidade e conforto. Essa combinação permite que o Air Max 1000 seja usado sem necessidade de cadarços, oferecendo uma experiência de calce simplificada e futurista.

Segundo John Hoke, Chief Innovation Officer da Nike, o projeto representa uma quebra de barreiras no design de calçados. “Como um inovador, o que é mais empolgante para mim sobre o Air Max 1000 são as novas soluções que podemos alcançar com a fabricação de nível superior”, afirmou.

Exclusividade e cores vibrantes

No evento de lançamento, o Air Max 1000 foi apresentado em uma cor vermelha brilhante. No entanto, influenciadores presentes na ComplexCon revelaram outras opções, como laranja, azul, branco e preto com uma almofada de ar verde. A exclusividade do modelo ficou evidente: além de um número limitado de pares distribuídos no evento, apenas 1.000 participantes tiveram a chance de pré-encomendar o calçado.

Elliot Page, influenciador e participante do evento, contribuiu com sua opinião sobre o modelo em uma breve análise em vídeo. Segundo ele, o design ousado e a inovação tecnológica do Air Max 1000 são “um divisor de águas no mercado esportivo”.

Preço e futuro

Embora ainda não existam informações sobre um lançamento mais amplo ou o preço do Air Max 1000, calçados semelhantes disponíveis no site da Zellerfeld variam entre US$ 159 e US$ 400. O histórico da Nike com impressão 3D remonta a 2017, quando a empresa lançou o VaporFly Elite Flyprint , um tênis de desempenho com um cabedal têxtil impresso em 3D.

Outras marcas também estão avançando nessa área. A Adidas, por exemplo, recentemente lançou o Climacool24, um calçado totalmente impresso em 3D, que reflete o potencial da tecnologia para transformar o mercado de calçados.

Embora a Nike não tenha planos confirmados para uma produção em massa do Air Max 1000, o lançamento aponta para um futuro onde a impressão 3D pode redefinir não apenas o design, mas também a sustentabilidade e a personalização no setor. É um passo que coloca a marca mais uma vez à frente da inovação — ainda que detalhes importantes, como disponibilidade e acessibilidade, permaneçam em aberto.