Uma revolução médica diretamente do espaço: médicos chineses acabam de realizar a primeira cirurgia de ultralonga distância do mundo

A operação aconteceu em Lhasa, na Região Autônoma de Xizang, sudoeste da China, enquanto o paciente, com câncer de fígado, estava em Pequim.

O feito foi possível graças ao uso do satélite de comunicação APSTAR-6D, desenvolvido pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST) e operado pela APT Mobile Satcom Limited (APSAT).

Tecnologia de ponta em ação

Lançado em julho de 2020, o APSTAR-6D é o primeiro satélite da China a utilizar a banda Ku de alto rendimento para comunicações globais.

A China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC) destacou que a rede oferece maior cobertura, confiabilidade e independência de infraestrutura terrestre. Essas características são ideais para emergências, áreas remotas e até operações espaciais.

Desafios superados

A equipe responsável pela cirurgia incluiu especialistas do Hospital Geral Chinês do PLA, APSAT e CAST. Eles enfrentaram desafios únicos, como a alta latência da comunicação por satélite.

Para superar esses obstáculos, criaram um plano cirúrgico inovador adaptado a condições de alta latência. Essa integração espaço-solo garantiu o sucesso do procedimento.

Outro desafio significativo foi operar o console cirúrgico no Planalto Qinghai-Tibete, conhecido por seu ambiente frio e de alta altitude. A estabilidade dos sinais e a precisão dos instrumentos foram essenciais, segundo informações da APSAT divulgadas ao Global Times.

Impacto e potencial

A cirurgia é um marco para a medicina remota. Além de demonstrar o potencial da tecnologia em situações extremas, ela abre caminho para que procedimentos médicos à distância se tornem mais acessíveis e comerciais.

A aplicação futura pode incluir suporte médico em áreas isoladas e até na exploração espacial.

Os benefícios dessa tecnologia vão além do campo médico. Por ser independente de redes terrestres, a comunicação via satélite é uma solução resiliente para desastres naturais e outras emergências, permitindo respostas rápidas em qualquer lugar do planeta.

Esse avanço é uma prova de como a ciência e a tecnologia podem quebrar barreiras geográficas e transformar o acesso à saúde.