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A China vendeu 1,287 milhão de veículos de energia nova em setembro de 2024, um aumento de 42,3% em relação ao ano anterior

Em setembro, a produção e vendas de veículos de nova energia (NEVs) na China atingiram números impressionantes: 1,307 milhão e 1,287 milhão de unidades, respectivamente, representando um crescimento anual de 48,8% e 42,3%. Esses números indicam que os NEVs corresponderam a 45,8% do total de vendas de carros novos no mês, segundo dados divulgados pela Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM).

A CAAM também prevê que as vendas de NEVs na China alcancem 12 milhões de unidades até o final de 2024. Para efeito de comparação, em 2023, a produção e vendas de NEVs no país foram de 9,587 milhões e 9,495 milhões de unidades, respectivamente, com crescimentos anuais de 35,8% e 37,9%. O mercado de NEVs, que já detinha uma participação de 31,6% em 2023, continua a expandir rapidamente.

Entre janeiro e setembro de 2024, a produção acumulada de NEVs foi de 8,316 milhões de unidades, enquanto as vendas atingiram 8,32 milhões, ambos com crescimentos de mais de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior. No geral, esses veículos representaram 38,6% das vendas totais de carros novos no país durante o período.

No contexto mais amplo, as vendas domésticas de automóveis na China chegaram a 2,27 milhões de unidades em setembro, um aumento de 16,9% em relação ao mês anterior, embora tenha representado uma queda de 6% em relação ao mesmo mês do ano passado. As exportações de automóveis também cresceram, totalizando 539 mil unidades, um aumento de 5,4% em relação ao mês anterior e 21,4% em comparação com o ano anterior.

Especificamente no mercado de NEVs domésticos, as vendas atingiram 1,176 milhão de unidades em setembro, um crescimento de 18,8% em relação ao mês anterior e 45,5% em comparação ao ano passado. Isso significa que os veículos de nova energia representaram 51,8% das vendas domésticas de automóveis no período.

No que se refere às exportações, a China exportou 105 mil NEVs em setembro, um aumento de 19,3% em relação ao ano anterior e 6% comparado ao mês anterior. Esses veículos corresponderam a 24% do total de exportações de automóveis no mês, com os veículos elétricos (EVs) representando 82% das exportações de NEVs. Nos primeiros nove meses de 2024, o país exportou 4,312 milhões de veículos, incluindo 968 mil NEVs, registrando um crescimento de 30,2% em relação ao ano anterior.

Esse desempenho reforça a liderança da China no mercado de veículos de nova energia, tanto no cenário doméstico quanto no internacional, consolidando seu papel como um dos principais exportadores mundiais de NEVs.

União Europeia detona a China com fortes tarifas de veículos elétricos

A União Europeia (UE) decidiu impor tarifas substanciais sobre veículos elétricos (EVs) importados da China, após a maioria dos estados membros apoiar o plano. A medida, que visa proteger a indústria automotiva europeia contra o que políticos da UE acreditam ser subsídios injustos do governo chinês para seus próprios carros, poderá elevar as tarifas de 10% para até 45% pelos próximos cinco anos. No entanto, há receios de que essa decisão aumente os preços dos EVs para os consumidores europeus.

A decisão dividiu os membros da UE, incluindo França e Alemanha, e arrisca desencadear uma guerra comercial entre Bruxelas e Pequim, que condenou as tarifas, classificando-as como protecionistas. A China depende de produtos de alta tecnologia, como os veículos elétricos, para impulsionar sua economia, e a UE é o maior mercado externo para essa indústria.

Crescimento da indústria chinesa de EVs e preocupações da UE

Nos últimos 20 anos, a indústria automotiva da China cresceu rapidamente, e marcas como BYD começaram a se expandir internacionalmente, causando preocupações entre os países da UE sobre a capacidade de suas próprias empresas competirem com os preços mais baixos dos veículos chineses. Os encargos foram calculados com base nos subsídios estatais recebidos por cada fabricante chinês, após uma investigação da UE. As principais marcas afetadas incluem SAIC, BYD e Geely.

Divisão entre os membros da UE

Enquanto países como França, Itália, Holanda e Polônia apoiaram as tarifas, a Alemanha, cuja indústria automotiva depende fortemente de exportações para a China, se opôs à medida. Fabricantes de automóveis alemães, como a Volkswagen, argumentaram que as tarifas são “a abordagem errada”, e a Associação da Indústria Alemã (BDI) pediu que a UE e a China continuem as negociações para evitar um conflito comercial em escalada.

A Comissão Europeia afirmou que as partes trabalharão para encontrar uma solução alternativa às tarifas, abordando o que chamou de “subsídios prejudiciais” para os veículos elétricos chineses.

Consequências para outros setores

A disputa também gerou preocupações em outras indústrias da UE, que temem enfrentar tarifas retaliatórias da China. O setor de conhaque francês, por exemplo, expressou insatisfação, afirmando que as autoridades “nos abandonaram” e que seus produtos podem ser excluídos do mercado chinês caso não se encontre uma solução negociada.

Impacto nas vendas de EVs e preocupações no Reino Unido

Em agosto deste ano, o registro de carros elétricos a bateria na UE caiu 43,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No Reino Unido, as vendas de EVs atingiram um recorde em setembro, impulsionadas principalmente por acordos comerciais e descontos oferecidos pelos fabricantes. Entretanto, a Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Motores (SMMT) expressou “preocupações sérias” de que o mercado não está crescendo rapidamente o suficiente para cumprir as metas estabelecidas.

No Reino Unido, as fabricantes estão sob pressão para atender às metas de vendas de veículos elétricos, estabelecidas pelo mandato de Veículos de Emissão Zero (ZEV). A partir deste ano, 22% dos carros vendidos devem ser de emissão zero, com o objetivo de atingir 80% até 2030 e 100% até 2035. Fabricantes que não cumprirem essas metas poderão ser multados em £15.000 por carro.

Líderes de montadoras como BMW, Ford e Nissan alertaram o governo britânico de que fatores econômicos, como custos elevados de energia e materiais, além das taxas de juros, tornaram os carros elétricos “teimosamente mais caros”, e os consumidores estão relutantes em investir. O preço médio de um EV no Reino Unido gira em torno de £48.000, e a confiança dos motoristas na infraestrutura de recarga do país ainda é uma barreira para a adoção em massa desses veículos.

BMW e Mercedes tem queda de vendas e o culpado é a China

O cenário econômico global está apresentando desafios significativos para as grandes montadoras alemãs de automóveis de luxo. No terceiro trimestre de 2024, as vendas da BMW e da Mercedes sofreram quedas expressivas, especialmente no mercado chinês.

A competição acirrada e o enfraquecimento da economia na China, o maior mercado automotivo do mundo, estão impactando duramente as vendas dessas marcas, colocando em evidência os obstáculos enfrentados pela indústria automotiva alemã.

De julho a setembro, as vendas da BMW caíram 13% globalmente, enquanto a Mercedes registrou uma diminuição de 3%.

A situação é ainda mais preocupante no mercado chinês, onde as montadoras estrangeiras estão enfrentando uma concorrência cada vez mais intensa de fabricantes locais.

As empresas chinesas oferecem veículos, especialmente elétricos, a preços mais competitivos, conquistando uma fatia considerável de mercado. As vendas da BMW na China caíram um terço, enquanto a Mercedes experimentou uma redução de 13%.

O segmento de luxo da Mercedes, particularmente sua linha Classe S, foi fortemente afetado. Com preços a partir de 451.800 yuans (cerca de US$ 63.700), a linha de luxo enfrenta uma demanda em declínio, à medida que os consumidores chineses reduzem seus gastos discricionários, em resposta à desaceleração econômica.

A indústria automotiva alemã está sob pressão crescente por diversos fatores. Além da queda na demanda global, os altos custos de produção e o desafio de gerenciar a transição para veículos elétricos estão agravando a situação das montadoras.

O recente anúncio da Volkswagen (VOWG_p.DE) sobre possíveis cortes de custos e fechamento de fábricas na Alemanha ilustra a gravidade da crise.

Para a BMW, além da queda nas vendas na China, o desempenho de suas marcas de luxo também foi afetado. A Rolls-Royce, que compõe o portfólio da montadora, registrou uma queda global de 16% nas vendas de limusines, enquanto a MINI viu suas vendas diminuírem em 25%.

Outro ponto crítico para as montadoras alemãs é o mercado de veículos elétricos. Embora a BMW tenha conseguido aumentar suas vendas globais de veículos elétricos a bateria (BEV) em 10% no terceiro trimestre, a Mercedes viu uma queda significativa de 31% nesse segmento.

As tensões comerciais entre a União Europeia e a China também pesam no desempenho das empresas. Recentemente, a UE impôs tarifas pesadas sobre veículos elétricos chineses, alegando que eles se beneficiam de subsídios injustos.

Pequim nega essas acusações e ameaçou retaliar, aumentando as incertezas para as montadoras que dependem do mercado chinês para cerca de um terço de seus lucros.

Para complicar ainda mais a situação, a China está considerando um aumento nas tarifas sobre a importação de veículos com motores grandes, afetando particularmente os fabricantes alemães. Em 2023, as exportações de carros com motores de 2,5 litros ou mais da Alemanha para a China somaram US$ 1,2 bilhão.

Além dos problemas enfrentados na China, as montadoras alemãs estão vendo uma relutância por parte dos consumidores europeus em adotar veículos elétricos mais caros. A infraestrutura irregular de carregamento na Europa é uma das razões para essa hesitação, destacando mais um desafio para o setor. O futuro da indústria automotiva alemã parece cada vez mais incerto, com a necessidade de adaptação rápida a novas realidades, tanto tecnológicas quanto econômicas.

5 fabricantes chineses de veículos elétricos batem recordes mensais de vendas enquanto descontos atraem jovens compradores

Os principais fabricantes chineses de veículos elétricos (EVs) alcançaram recordes de vendas em setembro, graças a promoções e cortes de preços, com destaque para as empresas BYD, Leapmotor, Li Auto, Xpeng e Zeekr.

Essas marcas quebraram recordes mensais de entrega, refletindo o crescente interesse dos consumidores pelos EVs, segundo Phate Zhang, fundador da CnEVPost, uma empresa de dados sobre carros elétricos com sede em Xangai.

Setembro foi uma temporada forte para as vendas de carros, e os principais fabricantes, após lançar novos modelos e oferecer cortes de preços, aproveitaram o interesse de compra dos consumidores para impulsionar suas vendas“, disse Zhang.

Ele também destacou que a tendência de crescimento deve continuar nos próximos meses, já que os motoristas chineses estão cada vez mais optando por EVs em vez de carros a gasolina.

Lançamento de novos modelos e tecnologia avançada

Quase todos os fabricantes chineses de EVs apresentaram novos modelos no terceiro trimestre, equipados com baterias de alto desempenho e softwares avançados de direção semi-autônoma. Esse movimento visa desafiar o domínio dos populares Model 3 e Model Y da Tesla.

A BYD, maior montadora de carros elétricos do mundo, entregou um recorde de 419.426 veículos elétricos em setembro, marcando um crescimento de 12,4% em relação ao mês anterior e um impressionante aumento de 45,9% em comparação com o ano anterior. Foi o quarto mês consecutivo de recordes para a empresa.

Li Auto e Xpeng também quebram recordes

A Li Auto, maior concorrente da Tesla na China continental, vendeu 53.709 veículos, superando seu recorde anterior de 51.000 unidades em julho.

As vendas em setembro subiram 11,6% em relação a agosto e 48,9% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

A Xpeng também registrou seu melhor mês, entregando 21.352 carros, ultrapassando seu recorde de dezembro de 20.041 unidades.

As vendas aumentaram 52,1% em relação a agosto e 39,5% na comparação anual. Entre esses números, a Xpeng vendeu 10.000 unidades do M03, o primeiro carro da sua marca acessível Mona, que foi lançado no final de agosto.

Com um forte impulso nas vendas e uma oferta crescente de modelos inovadores, os fabricantes chineses de EVs estão bem posicionados para manter seu crescimento nos próximos meses.

A preferência crescente dos consumidores por carros elétricos, juntamente com a expansão contínua de opções acessíveis e tecnologias de ponta, promete fortalecer ainda mais a posição da China no mercado global de veículos elétricos.

Empresas da China de tecnologia de carros autônomos se retiram dos EUA em meio ao aumento das tensões geopolíticas

Empresas da China de tecnologia de carros autônomos se retiram dos EUA em meio ao aumento das tensões geopolíticas

Nos últimos anos, grandes empresas chinesas de tecnologia de direção autônoma, como Baidu e Didi Chuxing, reduziram consideravelmente seus testes de veículos autônomos nas estradas dos Estados Unidos. De acordo com relatórios da indústria e fontes das próprias empresas, em alguns casos, os testes foram completamente encerrados.

Essa decisão de redução precedeu o recente anúncio do Departamento de Comércio dos EUA, que em setembro de 2023 comunicou que baniria o software de direção autônoma proveniente da China a partir de 2027. Para muitas dessas empresas, as novas regulamentações não terão grande impacto imediato, já que a proibição só afetará os novos modelos lançados a partir daquela data.

Queda acentuada nos testes de veículos autônomos

Dados do Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia (DMV) revelaram uma queda expressiva no número de quilômetros percorridos por veículos autônomos chineses em estradas públicas do estado, que é conhecido por ser um dos mais receptivos à inovação de veículos autônomos nos EUA. Nos 12 meses até novembro de 2023, o total de distância percorrida por carros autônomos chineses caiu 74%, atingindo apenas 121.428 milhas, uma redução drástica em comparação com o ano anterior.

Esse número contrasta com o crescimento geral no setor, que, de acordo com o DMV, registrou um aumento de quase 60% no total de quilômetros percorridos por veículos autônomos no estado, totalizando 9 milhões de milhas no mesmo período.

Empresas abandonam programas de testes nos EUA

A queda foi particularmente evidente em empresas como a Didi, cuja quilometragem em testes de direção autônoma caiu 90% em 2023. Além disso, a Didi já não participa mais do programa de testes de veículos autônomos na Califórnia. Startups chinesas como QCraft, DeepRoute.ai e Inceptio, que realizaram testes em 2021 e 2022, também encerraram suas atividades de testes, segundo um comunicado enviado pelo DMV ao jornal South China Morning Post.

Mesmo empresas que ainda mantêm permissões para testes nos EUA estão enfrentando uma redução acentuada nas atividades. A AutoX e a Pony.ai, startups de condução autônoma fundadas no Vale do Silício, mas com sede na China, reduziram a quilometragem de testes em 84% e 82%, respectivamente, entre dezembro de 2022 e novembro de 2023, em comparação com o período anterior.

Impactos futuros

A saída ou a redução de atividades de empresas chinesas ocorre em um momento crucial para o setor de direção autônoma, que tem apresentado um crescimento exponencial nos EUA. As restrições impostas pelo governo americano refletem as tensões crescentes entre os dois países em áreas de tecnologia sensível, especialmente inteligência artificial e automação.

Com o aumento de regulamentações e a intensificação da guerra comercial e tecnológica entre EUA e China, o futuro das operações de empresas chinesas no setor de veículos autônomos em solo americano continua incerto.

Meta descrição: Empresas chinesas de direção autônoma, como Baidu e Didi, reduziram significativamente seus testes nos EUA, antecipando a proibição de software autônomo da China a partir de 2027.

Tesla Impulsionada por vendas explosivas na China: Fábrica de Xangai exporta 1 Milhão de Veículos com apoio de incentivos para Carros Elétricos!

A China tem se tornado um mercado essencial para a Tesla, com a fabricante de veículos elétricos ampliando incentivos para impulsionar as vendas e consolidando sua posição com a Gigafactory em Xangai. Recentemente, a empresa exportou seu milionésimo veículo fabricado na planta chinesa, destacando o sucesso na produção local.

Estimativas indicam que a Tesla deve relatar um aumento de 8% nas entregas no país no terceiro trimestre, com incentivos como seguros e empréstimos sem juros atraindo mais compradores.

Modelos populares, como o Model 3 e o Model Y, têm sido os principais impulsionadores das vendas. Em meio à crescente competição de montadoras chinesas como a BYD, a Tesla tem se beneficiado também de políticas governamentais que incentivam a adoção de veículos elétricos.

Enquanto a demanda nos EUA e na Europa diminui, a Tesla espera entregar cerca de 979.000 veículos no segundo semestre para manter seu ritmo de crescimento.

Além disso, a Tesla aposta na ampliação da produção do Cybertruck e na revelação de um robotaxi em outubro, estratégias que visam manter a empresa na liderança do mercado global de veículos elétricos. A Gigafactory de Xangai continua sendo um pilar fundamental nessa expansão global.

Profissionais de veículos elétricos chineses e europeus pedem cooperação e se opõem ao protecionismo comercial

No Congresso Mundial de Veículos de Nova Energia (WNEVC) de 2024, realizado em Haikou, especialistas e líderes do setor automotivo de todo o mundo discutiram um tema crucial para o futuro: a importância da colaboração internacional para o desenvolvimento de veículos elétricos (VEs) e novas tecnologias de mobilidade. Com o avanço das inovações nesse segmento, a necessidade de parcerias globais se torna cada vez mais evidente. No entanto, ao lado desse movimento de integração, cresce também o protecionismo, um fator que ameaça o progresso dessa indústria.

A importância da cooperação global

Hildegard Mueller, presidente da Associação Alemã da Indústria Automotiva (VDA), destacou durante o evento que, com a evolução contínua das tecnologias de mobilidade, a pesquisa colaborativa e a cooperação entre os diversos elos da cadeia industrial global são cruciais. Segundo Mueller, “em 2024, observamos um aumento nos sentimentos protecionistas globalmente”, referindo-se diretamente à recente investigação antissubsídio da União Europeia (UE) sobre os veículos elétricos importados da China.

A medida da UE visa combater os subsídios que, supostamente, colocariam os veículos chineses em vantagem competitiva desleal no mercado europeu. Mueller, no entanto, alertou para os riscos de uma escalada protecionista, argumentando que essas políticas podem gerar um novo conflito comercial, prejudicando tanto a Europa quanto a China. Para ela, o caminho ideal seria promover condições mais favoráveis para os negócios europeus, sem recorrer a barreiras comerciais.

Desafios para a indústria de veículos elétricos chinesa

Do lado chinês, Gan Jiayue, CEO do Geely Auto Group, reforçou a necessidade de fortalecer a colaboração global na indústria de veículos de nova energia (NEV), enfatizando que as tarifas adicionais impostas pela UE não só prejudicam a China, mas também comprometem os interesses econômicos da própria Europa. Gan observou que o setor automotivo, por sua natureza global, depende de um ambiente de livre comércio e de competição justa, um princípio que a Geely sempre adotou.

A imposição de barreiras comerciais e técnicas afeta o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis, limitando o acesso de consumidores a veículos mais eficientes e econômicos. Em sua fala, Gan enfatizou que o avanço da mobilidade elétrica só será viável por meio da união entre as maiores potências automotivas e tecnológicas.

A visão europeia sobre a transição para o futuro elétrico

Jochen Goller, membro do conselho de administração da BMW AG, também marcou presença no congresso e compartilhou sua visão otimista sobre o mercado chinês de VEs. Para ele, a transição para uma economia de baixo carbono deve ser liderada por esforços de cooperação global, com o objetivo de enfrentar os desafios comuns. Ele reiterou que a abertura tecnológica é fundamental para um futuro sustentável, pois permite que as montadoras atendam às necessidades diversificadas dos consumidores em diferentes regiões.

Goller reforçou que, para continuar a trajetória de sucesso do setor automotivo, as montadoras devem trabalhar em conjunto para superar os principais desafios da indústria, como a descarbonização e a transição energética. Esse enfoque na colaboração, segundo o executivo, é o que promoverá um crescimento saudável e próspero para todos os envolvidos na cadeia de produção de veículos elétricos.

A evolução de baixo carbono e os próximos passos

Com o tema “Evolução de Baixo Carbono e Cooperação Global”, o WNEVC 2024 trouxe à tona um debate essencial para o futuro da mobilidade elétrica: como equilibrar o crescimento das indústrias locais com a necessidade de colaboração internacional. A transição para uma mobilidade mais sustentável exige não apenas inovação, mas também políticas globais integradas que evitem a fragmentação do mercado e o crescimento de políticas protecionistas.

A mensagem unânime dos especialistas é clara: a cooperação é o caminho para o sucesso, e o protecionismo pode ser uma armadilha perigosa que ameaça frear o progresso. A indústria automotiva tem uma oportunidade histórica de liderar a mudança para um futuro mais verde, mas essa liderança só será possível se os países trabalharem juntos, compartilhando tecnologia, conhecimento e, principalmente, visão.

Conclusão

O Congresso Mundial de Veículos de Nova Energia 2024 trouxe à luz a necessidade urgente de cooperação internacional em um cenário marcado por rápidas inovações e a busca por soluções sustentáveis. À medida que as tensões comerciais aumentam, com a imposição de tarifas e barreiras protecionistas, a indústria automotiva global corre o risco de ver seu progresso desacelerado. O apelo de líderes como Hildegard Mueller, Gan Jiayue e Jochen Goller é por um futuro de colaboração, onde o livre comércio, a inovação e a sustentabilidade possam caminhar juntos, impulsionando uma revolução verde na mobilidade.

BYD vendeu 201.493 veículos em janeiro, queda de 40%, exportação em alta histórica

A BYD vendeu 201.493 veículos em janeiro, queda de 40% em relação aos 341.043 em dezembro. O número de veículos exportados atingiu um novo recorde histórico com 36.174 unidades.

A BYD encerrou a produção de veículos ICE em abril de 2022, focando apenas em veículos de nova energia (NEVs). NEV é um termo chinês para BEV, PHEV e FCEV (hidrogênio, mas a BYD não produz carros movidos a hidrogênio).

Dos cerca de 200 mil BYD vendidos em janeiro, 105.304 eram veículos elétricos a bateria (BEV) e 95.715 eram veículos híbridos plug-in (PHEVs). Isso se traduz em uma proporção de 52% BEV vs 48% PHEV.