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Zelenskyy aposta em Donald Trump como solução para a guerra: “É forte e imprevisível”

Zelenskyy aposta em Donald Trump como solução para a guerra: “É forte e imprevisível”

Trump assume com incertezas sobre apoio à Ucrânia; Zelenskyy destaca força e imprevisibilidade como fatores decisivos na guerra contra a Rússia

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, ainda não revelou claramente os seus interesses em relação à guerra na Ucrânia.

Contudo, seus discursos anteriores levantaram dúvidas sobre a continuidade do apoio militar norte-americano ao país invadido pela Rússia.

Expectativas de Zelenskyy sobre Trump

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy definiu Trump como um líder “forte e imprevisível”, características que, segundo ele, podem ser decisivas no curso do conflito.

Durante uma entrevista à televisão ucraniana, Zelenskyy declarou que a “fase quente” da guerra poderia terminar rapidamente caso Trump assumisse uma postura firme contra a Federação Russa.

“Acredito que (Trump) é forte e imprevisível. Gostaria muito que a imprevisibilidade do presidente Trump fosse direcionada principalmente para a Federação Russa”, afirmou Zelenskyy, evidenciando sua esperança de que a liderança americana permaneça essencial no apoio ao esforço de guerra ucraniano.

Embora Zelenskyy tenha reconhecido o potencial de Trump, também afirmou que acabar com o conflito não será um processo instantâneo, contrariando a promessa do republicano durante a campanha eleitoral de que resolveria a situação “em um dia”.

O futuro do apoio americano

Zelenskyy encontrou-se com Trump em Nova Iorque antes das eleições presidenciais de novembro para reforçar os laços entre os dois países.

A Ucrânia, que enfrenta sérias dificuldades na linha de frente, depende diretamente do auxílio militar e financeiro dos aliados ocidentais, especialmente dos Estados Unidos, o maior contribuidor até o momento.

No entanto, a trajetória da guerra não favorece a Ucrânia. Com a aquisição de soldados e de equipamentos frente às perdas sofridas no campo de batalha, o país vê-se em uma posição crítica.

A Rússia, que controla cerca de 20% do território ucraniano, continua a avançar lentamente, mesmo com custos humanos e materiais elevados.

Propostas internacionais e a resposta de Trump

Uma solução possível para o conflito foi levantada pelo presidente francês Emmanuel Macron, que sugeriu o envio de tropas de manutenção da paz ocidental para supervisionar um acordo de cessar-fogo.

Segundo Zelenskyy, Trump respondeu favoravelmente à ideia durante um encontro em Paris no mês passado.

Apesar disso, ainda pairam dúvidas sobre quais nações participariam dessa iniciativa e se os EUA estariam interessados ​​em integrar tal força.

Zelenskyy destacou que, para a Ucrânia, qualquer envio de tropas estrangeiras deve preservar o objetivo de longo prazo de entrada na OTAN.

Incursão em Kursk e a dinâmica da Guerra

Outro tema abordado por Zelenskyy foi a incursão ucraniana na região fronteiriça russa de Kursk. Em agosto do ano passado, as forças ucranianas ocuparam uma parte do território russo, um marco inédito desde a Segunda Guerra Mundial.

Embora a operação não tenha mudado significativamente a dinâmica do conflito, Zelensky ultimamente o fez um “trunfo muito forte” em possíveis negociações de paz.

Ele também informou que a ação impressionou países da Ásia, América do Sul e África, ao mesmo tempo em que prejudicou a concessão militar da Rússia.

Porém, analistas apontam que a Ucrânia perdeu cerca de 40% do território inicialmente capturado, evidenciando a dificuldade em manter avanços duradouros no campo de batalha.

Perspectivas e desafios

Com a guerra prestes a entrar em seu quarto ano, a indefinição sobre a política externa de Trump adiciona mais incertezas ao futuro do conflito.

O maior desafio para a Ucrânia continua sendo garantir o apoio incondicional de Washington, enquanto luta para preservar sua soberania e alcançar estabilidade em uma das guerras mais devastadoras da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.