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Rússia endossa proposta da Hungria por cessar-fogo, mas Ucrânia reage com duras críticas

Rússia endossa proposta da Hungria por cessar-fogo, mas Ucrânia reage com duras críticas

Hungria propõe cessar-fogo e troca de prisioneiros na Ucrânia; A Rússia apoia, mas a Ucrânia critica a iniciativa

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, propôs um cessar-fogo de natal e uma troca de prisioneiros de guerra durante uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. A iniciativa foi bem recebida pelo Kremlin, mas recebeu críticas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Segundo o porta-voz Dmitry Peskov, a Rússia apoia integralmente os esforços de Orbán para alcançar um acordo pacífico e resolver questões humanitárias relacionadas aos prisioneiros. A proposta foi detalhada pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) à embaixada húngara, embora detalhes específicos ainda não tenham sido divulgados.

Após a ligação, Zelensky acusou Orbán de enfraquecer a unidade ocidental diante do conflito. O líder húngaro respondeu lamentando a exclusão das propostas por parte do presidente ucraniano, destacando a importância de uma solução diplomática para uma crise.

Esforços internacionais pela paz

Além das iniciativas de Orbán, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, também prometeu encerrar rapidamente o conflito na Ucrânia. Autointitulado “mestre em intermediar acordos”, ele ainda não detalhou quais seriam os passos concretos para alcançar esse objetivo.

A Rússia, por sua vez, reiterou sua disposição para negociações de paz baseadas nos Acordos de Istambul de 2022. Entre suas exigências estão o abandono pela Ucrânia da intenção de integrar a Otan e a retirada das tropas ucranianas de quatro regiões controladas pela Rússia.

Kiev, no entanto, insiste em garantias de segurança, incluindo a filiação à Otan, para evitar que um eventual cessar-fogo seja utilizado como pretexto para uma nova invasão russa. Moscou mantém-se firme na posição de não aceitar a presença da aliança militar ocidental em território ucraniano.

A guerra e seus desdobramentos

Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, o conflito já provocou milhares de mortes e abalou a estabilidade geopolítica global. Nos primeiros dias, as forças russas avançaram rapidamente por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e pela Bielorrússia. Apesar disso, os ucranianos mantiveram o controle de Kiev, mesmo sob intensos ataques.

Em outubro de 2024, a guerra atingiu um ponto crítico, descrito pelos analistas como o mais perigoso até agora. O uso de um míssil hipersônico por Moscou, embora carregando ogivas convencionais, trouxe temores de uma possível escalada nuclear. O ataque ocorreu em resposta a operações ucranianas dentro do território russo, com o uso de armamentos fornecidos por potências ocidentais.

Além disso, relatórios de inteligência apontam para a presença de tropas norte-coreanas no conflito, uma acusação que tanto a Rússia quanto a Coreia do Norte não confirmaram nem negaram. A colaboração entre os dois países aumenta a complexidade do cenário geopolítico, enquanto as avaliações econômicas e críticas internacionais continuam a pressionar o Kremlin.

Objetivos estratégicos em disputa

O presidente Vladimir Putin afirmou recentemente que as forças russas estão avançando de forma mais eficaz, reforçando que a Rússia cumprirá todos os seus objetivos no conflito. Especula-se que as metas principais incluem o controle total da região de Donbass e a expulsão de tropas ucranianas de partes da região de Kursk, na Rússia.

Por outro lado, Zelensky acredita que as ambições de Putin vão além, incluindo a definição de territórios ocupados e a imposição de condições que inviabilizam uma resistência efetiva por parte da Ucrânia.

Enquanto as negociações permanecem em impasse, o sofrimento humano e as perdas continuam a escalar, salientando a urgência de uma solução que equilibre a segurança, a soberania e a estabilidade regional.