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EUA investem bilhões em míssil nuclear submarino de última geração para manter supremacia nos mares até 2084

EUA investem bilhões em míssil nuclear submarino de última geração para manter supremacia nos mares até 2084

EUA investem US$ 383 milhões na modernização dos mísseis Trident II D5LE2 para reforçar sua dissuasão nuclear até 2084. Saiba mais sobre o projeto

A Marinha dos Estados Unidos fechou um contrato de US$ 383 milhões com a Lockheed Martin para desenvolver a segunda extensão de vida do sistema de mísseis balísticos Trident II D5 (D5LE2). A busca por iniciativa garante que a capacidade de dissuasão estratégica dos EUA permaneça robusta até 2084.

O D5LE2 será integrado aos submarinos da classe Columbia, um dos principais pilares da estratégia nuclear americana para as próximas décadas. O contrato, anunciado no fim de janeiro, reforça o compromisso da Marinha em modernizar suas forças de ataque estratégico.

Modernização essencial para a dissuasão nuclear

A decisão de investir na atualização do Trident II D5 não é isolada. A Lockheed Martin já trabalha há anos para garantir que uma frota de mísseis submarinos mantenha sua eficácia contra ameaças em evolução.

Jerry Mamrol, vice-presidente da divisão de mísseis balísticos da empresa, destacou que a modernização do sistema é essencial tanto para os EUA quanto para o Reino Unido.

A atualização do D5LE2 busca garantir que o Sistema de Armas Estratégicas (SWS) continue confiável. O objetivo é substituir e melhorar componentes críticos, mantendo a precisão e a capacidade de sobrevivência do míssil diante de avanços tecnológicos e possíveis novos sistemas de defesa inimigos.

Novas tecnologias e desafios

Os detalhes técnicos sobre o D5LE2 ainda são limitados, mas a expectativa é que o novo míssil incorpore avanços em motores de foguetes sólidos, sistemas de ignição e aviônicos de última geração.

A Lockheed Martin também trabalha na digitalização de requisitos e no fortalecimento da base industrial para garantir que a produção acompanhe a demanda.

O desenvolvimento do projeto já está em andamento para o ano fiscal de 2025, com a meta de atingir o Marco B — etapa fundamental no processo de certificação de novos sistemas militares.

No entanto, o programa enfrenta desafios estruturais. Diferente dos projetos anteriores, a base industrial de defesa americana encolheu nas últimas décadas, tornando a fabricação e a manutenção desses sistemas mais complexos.

Transição para um novo modelo de dissuasão

A modernização do Trident II D5 é peça-chave para a transição dos submarinos da classe Ohio para a classe Columbia.

Os atuais submarinos estratégicos da Marinha dos EUA começarão a ser desativados em 2042, e as substituições graduais por embarcações mais modernas exigem que os mísseis estejam prontos para operar sem interferências.

A Revisão da Postura Nuclear de 2022 alertou sobre a necessidade de acelerar a transição para o D5LE2.

O relatório do Comitê de Postura Estratégica também recomendou investimentos contínuos para garantir que o novo sistema atenda às ameaças emergentes, mantendo a alternativa da dissuasão nuclear americana.

Cooperação com o Reino Unido e submarinos de nova geração

Donald Trump-Presidente dos EUA
Créditos: (Xinhua/Hu Yousong)

A parceria entre EUA e Reino Unido também faz parte da modernização estratégica. O Reino Unido, que opera mísseis Trident em seus submarinos da classe Vanguard, está desenvolvendo sua própria nova frota de submarinos nucleares, a classe Dreadnought.

Ambos os países colaboraram no projeto do Compartimento Comum de Mísseis (CMC), que visa padronizar o armazenamento e o lançamento dos mísseis, reduzindo custos e simplificando a logística.

Os submarinos da classe Columbia trarão inovações significativas em relação às frotas anteriores. Um dos destaques é o núcleo do reator com vida útil, eliminando a necessidade de reabastecimento ao longo da operação.

Essa mudança reduz os custos de manutenção e amplia a disponibilidade operacional das embarcações.

Garantia de dissuasão até 2084

A modernização do Trident II D5 faz parte do programa Sustentar a Dissuasão Estratégica Baseada em Mar 2084 (SBSD 2084). O plano visa manter os submarinos lançadores de mísseis balísticos (SSBNs) como peça central da defesa nuclear americana nas próximas seis décadas.

Os investimentos já garantidos para os primeiros submarinos da classe Columbia demonstram o compromisso dos EUA com a renovação de sua frota estratégica.

Com um mínimo de 12 embarcações previstas, os novos submarinos garantirão que os EUA mantenham sua capacidade de dissuasão em um cenário global cada vez mais complexo.

O desenvolvimento do D5LE2 segue essa mesma lógica, garantindo que os EUA e o Reino Unido tenham veículos modernizados e prontos para responder a qualquer ameaça até o fim do século.