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Cuidado com o golpe do consignado! Aposentada perde R$ 9.595 em empréstimos fraudulentos — Saiba como se proteger

Cuidado com o golpe do consignado! Aposentada perde R$ 9.595 em empréstimos fraudulentos — Saiba como se proteger

Georgia Infante, uma aposentada de 61 anos, viveu um verdadeiro pesadelo após ser surpreendida por uma série de golpes financeiros que lhe causaram um prejuízo de R$ 9.595,62. Segundo o Extra, entre agosto de 2023 e setembro deste ano, fraudadores utilizaram dados falsificados da vítima para obter aprovações de empréstimos consignados em seu nome, no Banco Santander e na Facta Financeira.

O impacto foi direto no benefício previdenciário da aposentada, concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), até que ela conseguisse suspender as operações fraudulentas.

Apesar de obter uma ordem judicial para sustar as transações, Georgia ainda não conseguiu reaver o dinheiro já descontado, o que tem prolongado a sua luta para reaver o montante subtraído. “Entrei com cinco ações na Justiça, mas não devolveram o meu dinheiro. Até contas bancárias foram abertas em meu nome”, desabafa.

Ao todo, foram feitas 12 tentativas de golpe contra a aposentada, das quais cinco resultaram na liberação de empréstimos, somando a expressiva quantia de R$ 129.788,46, liberados tanto pelas instituições financeiras quanto pelo próprio INSS.

A primeira ocorrência de fraude foi registrada em agosto de 2023, com um empréstimo de R$ 16.999,95 na Facta Financeira, sem qualquer autorização por parte de Georgia, que já havia bloqueado seu benefício para operações de crédito consignado por meio da plataforma Meu INSS.

Quando recorreu ao INSS em busca de soluções, a aposentada foi direcionada para contatar a Facta Financeira. Entretanto, durante a tentativa de contato, foi informada de que o atendimento seria interrompido por “motivos de segurança”, pois outro número de telefone constava no cadastro fraudulento em seu nome.

A situação se agravou meses depois, quando um novo empréstimo, no valor de R$ 20.791,66, foi debitado do benefício de Georgia. A onda de fraudes continuou em 2024, com a realização de três novos empréstimos: em fevereiro, no valor de R$ 30.340,41; em abril, R$ 30.445,54 (este último cancelado antes dos descontos); e em setembro, um débito adicional de R$ 31.210,90 foi registrado.

— Eu tenho mais de R$ 9 mil de descontos, e isso pesa na hora de fechar as contas. Tenho que cobrir sozinha as despesas com alimentação, condomínio, luz e gás. E o pior é que fico com medo de que novos empréstimos possam ser feitos — comenta a aposentada.

Em nota oficial, o INSS declarou que a responsabilidade pela devolução dos valores subtraídos recai sobre as instituições financeiras. Ao ser questionada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) declarou que “cada instituição tem sua própria política de análise e devolução”.

O Banco Santander e a Facta Financeira, por sua vez, limitaram-se a informar que estão dispostos a colaborar com os órgãos judiciais sobre o caso.

Golpista assume identidade de Georgia no INSS

Recentemente, Georgia passou por mais um episódio inquietante: recebeu e-mails do INSS afirmando que ela teria comparecido a uma agência em duas ocasiões, nos dias 15 e 18 de outubro, pela manhã. No entanto, a aposentada alega que estava dormindo nos horários especificados:

— Recebi e-mails afirmando que compareci a uma agência do INSS, mas eu estava dormindo. Alguém foi em meu lugar. Como isso é possível? Será que ninguém confere os documentos?

A aposentada também revelou que sua senha de acesso ao Meu INSS foi alterada, facilitando a execução dos empréstimos fraudulentos. Segundo Georgia, o e-mail cadastrado também foi trocado várias vezes.

O advogado da vítima, Aloysio Silva, entrou com uma notícia-crime junto ao Ministério Público Federal (MPF), no dia 24 de outubro, solicitando as gravações da agência do INSS onde supostamente a aposentada teria comparecido.

O EXTRA teve acesso a uma cópia da identidade falsa usada nas tentativas de empréstimo, onde a foto não corresponde à de Georgia. O advogado da aposentada revelou que este documento foi anexado ao processo como prova material, juntamente com contratos contendo endereço, telefone e outras informações que não são dela.

— Esse documento é uma prova crucial. Há contratos com selfie e identidade que não são de Georgia — explicou o advogado.

Em resposta, o INSS informou que as filmagens das visitas à agência serão enviadas à Polícia Federal para investigação. O órgão anunciou ainda que implementou recentemente a exigência de biometria para operações de crédito consignado, buscando evitar fraudes em benefícios previdenciários. “Essa medida impede que operações sejam realizadas sem a autorização da titular”, esclareceu. Contudo, Georgia afirma que não foi notificada sobre essa atualização.

A autarquia também destacou que a Secretaria de Governo Digital, ligada ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), é responsável pela senha do Gov.br, que dá acesso ao Meu INSS. Quando questionada, a pasta afirmou que todos os acessos à plataforma são registrados, mas não esclareceu quais medidas foram adotadas para evitar acessos não autorizados na conta da aposentada.

Dicas para se proteger contra o golpe do consignado

O INSS orienta que beneficiários que identificarem operações de crédito consignado feitas sem consentimento procurem imediatamente a instituição responsável pelo empréstimo, registrem um boletim de ocorrência e façam uma denúncia na ouvidoria do INSS e no Portal do Consumidor.

A fim de prevenir fraudes, aposentados e pensionistas podem bloquear a realização de novos empréstimos consignados pelo aplicativo ou site Meu INSS, acessando com login via conta Gov.br, CPF e senha.