Corrida armamentista entre Armênia e Azerbaijão impulsionada por Índia e Paquistão
Corrida armamentista entre Armênia e Azerbaijão impulsionada por Índia e Paquistão

As recentes entregas de armas por Paquistão e Índia, dois rivais históricos do Sul da Ásia, para as nações em conflito no Cáucaso, Armênia e Azerbaijão, têm intensificado uma corrida armamentista na região, apenas um ano após o Azerbaijão retomar o controle da disputada região de Nagorno-Karabakh em uma ofensiva relâmpago.
Apesar das negociações de paz em andamento entre Armênia e Azerbaijão, com o objetivo de encerrar de vez três décadas de hostilidades, especialistas temem que a chegada de aviões de guerra do Paquistão e sistemas de defesa aérea da Índia – com o apoio também da França – possa desencadear uma nova onda de confrontos.
O risco de novos conflitos
A analista da Eurásia Tinatin Japaridze, do grupo de consultoria Eurasia Group, com sede em Nova York, alertou que, embora um acordo de paz limitado entre os governos de Yerevan e Baku seja possível, as disputas territoriais e políticas não resolvidas ainda representam um alto risco de ações militares unilaterais por parte do Azerbaijão.
A falta de clareza em questões fronteiriças pode “não ser suficiente para impedir” o presidente azeri, Ilham Aliyev, de intensificar ações militares. Um dos pontos críticos seria a possível abertura forçada do corredor de Zangezur, através da região de Syunik, na Armênia, que daria ao Azerbaijão acesso vital ao seu enclave de Nakhchivan.
Geopolítica e o papel da China
Além da escalada militar, essa movimentação também está ligada a interesses estratégicos maiores. A abertura do corredor de Zangezur, por exemplo, fortaleceria a conectividade entre a Ásia Oriental e o Mar Negro, através do Corredor Médio, um projeto liderado pelo Cazaquistão.
No mês passado, a China formalmente se uniu ao projeto do Corredor Médio, comprometendo-se a desenvolver uma conectividade multimodal por meio de sua estatal China Railway Container Transport Corporation. Isso indica o aumento do interesse de potências globais na infraestrutura regional, aumentando ainda mais a complexidade das dinâmicas no Cáucaso.
As implicações de uma nova corrida armamentista
O envio de armamentos, que inclui aviões de combate paquistaneses e sistemas de defesa aérea indianos, coloca em risco qualquer chance de uma paz duradoura entre Armênia e Azerbaijão. Embora o apoio diplomático e militar da Índia e Paquistão a seus respectivos aliados na região tenha raízes estratégicas, essa crescente corrida armamentista pode resultar em uma nova série de conflitos armados.
Enquanto as grandes potências olham para o Cáucaso com interesse renovado, especialmente em relação a rotas comerciais cruciais, o futuro da região permanece incerto, com as tensões entre Armênia e Azerbaijão exacerbadas por disputas não resolvidas e pela intervenção de países externos.
O Cáucaso está em uma encruzilhada crítica, onde as negociações de paz são ofuscadas pela crescente militarização da região. A entrada de potências externas, como Índia e Paquistão, e o apoio estratégico de países como França e China, aumentam o risco de uma nova escalada do conflito entre Armênia e Azerbaijão. O resultado dessas tensões pode não apenas determinar o futuro imediato do Cáucaso, mas também impactar a geopolítica global em relação a rotas comerciais e alianças estratégicas.
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