Chips China na mira: governo Biden intensifica investigações comerciais
Chips China na mira: governo Biden intensifica investigações comerciais
Os EUA iniciam uma nova investigação sobre semicondutores chineses na medida em que podem elevar as tarifas comerciais
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (23) uma nova investigação comercial focada em chips de “legado” fabricados pela China.
A iniciativa pode resultar em tarifas adicionais sobre esses chips, amplamente utilizados em produtos do dia a dia, como automóveis, máquinas de lavar e equipamentos de telecomunicações.
A ação ocorre em meio às tensões comerciais entre os dois países e foi lançada sob a chamada “Seção 301” da Lei de Comércio de 1974.
Com início às vésperas da posse do presidente eleito Donald Trump, a investigação será detalhada para sua gestão, podendo influência a política comercial no próximo ano.
Tarifas e restrições em alta
O atual presidente dos EUA já impôs tarifas de 50% sobre semicondutores chineses desde o início de janeiro. Além disso, suportaram restrições à exportação de chips avançados, como o uso em inteligência artificial e equipamentos de fabricação para a China.
Outros setores, como wafers solares e polissilício, também enfrentaram tarifas ampliadas para o mesmo percentual.
A nova investigação amplia esse escopo, mirando especificamente os semicondutores mais antigos e amplamente utilizados, conhecidos como “chips de legado”.
Esses chips empregam tecnologias de fabricação maduras e têm grande presença em aplicações de mercado de massa, como eletrônicos de consumo.
Concorrência sob pressão
O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), responsável por conduzir a investigação, justificou a ação como uma forma de proteger os fabricantes americanos.
Katherine Tai, representante de Comércio dos EUA, afirmou que a China tem usado práticas desleais para dominar setores-chave da economia global.
“Há evidências claras de que Pequim está promovendo um aumento massivo de produção para oferecer chips a preços artificialmente baixos, prejudicando seriamente os concorrentes do mercado”, afirmou Tai durante uma teleconferência com jornalistas.
Ela ainda destacou que essa estratégia chinesa já foi vista em outros setores, como aço, alumínio, painéis solares e veículos elétricos. Segundo Tai, essas práticas afetam a competitividade dos fabricantes americanos e podem eliminar empresas que seguem as regras do mercado.
Impactos e próximos passos
A investigação, programada para começar a aceitar comentários públicos em 6 de janeiro, incluirá audiências nos dias 11 e 12 de março.
O cronograma e os resultados dependerão da nova gestão, uma vez que o indicado por Trump para liderar o USTR, Jamieson Greer, ainda precisa de aprovação no Senado para assumir a carga.
Especialistas apontam que a condução dessa investigação poderá determinar a relação comercial entre os EUA e a China nos próximos anos. A Seção 301, usada como base legal, já foi responsável por tarifas aplicadas durante a guerra comercial de 2018 e 2019, que impactou US$ 370 bilhões em chinesas.
Se concluída sob a liderança de Trump, a investigação deve ser finalizada em até um ano, podendo trazer novas rodadas de tarifas e intensificar a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.
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