China intensifica atividades militares em resposta a visita de presidente de Taiwan aos EUA

O exército da China parece estar mobilizando exercícios militares em retaliação à recente visita do presidente de Taiwan, Lai Ching-te, ao Havaí e Guam, territórios americanos. Embora o governo chinês não tenha confirmado oficialmente as manobras, os indícios sugerem um aumento da tensão na região.

Nesta segunda-feira (9), o Ministério da Defesa taiwanês revelou a presença de navios da Marinha e da Guarda Costeira chinesa no Estreito de Taiwan e no Pacífico Ocidental. Além disso, Pequim restringiu o espaço aéreo em sua costa sudeste até quarta-feira (11), reforçando a expectativa de ações militares iminentes.

A situação ganhou ainda mais complexidade após declarações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Em entrevista à NBC Meet the Press, Trump afirmou que não garantirá a defesa de Taiwan em caso de invasão chinesa durante seu governo. Ele admitiu ter conversado recentemente com o presidente da China Xi Jinping, mas descartou a inclusão do tema Taiwan na pauta. “Falamos sobre outras coisas. Tenho um bom relacionamento com ele e espero que isso não aconteça”, declarou.

Taiwan, por sua vez, reforçou medidas de defesa. O Ministério da Defesa do país anunciou a criação de um centro de resposta a emergências e o início de exercícios de prontidão de combate. Detalhes sobre as operações não foram divulgados, mas autoridades destacam que a ilha está monitorando de perto as movimentações chinesas.

O episódio evidencia o aumento das tensões entre Pequim e Taipé, em um momento de incertezas sobre o papel dos Estados Unidos na região. A combinação de ações militares e declarações políticas reforça o clima de instabilidade no Estreito de Taiwan, um dos pontos geopolíticos mais sensíveis do mundo.