China pretende ‘caçar’ 1.400 satélites de Starlink e cria tecnologia inspirada nas baleias para conseguir o feito em tempo recorde
China pretende ‘caçar’ 1.400 satélites de Starlink e cria tecnologia inspirada nas baleias para conseguir o feito em tempo recorde

Pesquisa chinesa simula operação para rastrear alvos e atacar satélites Starlink com tecnologia de inteligência artificial. Entenda os desafios, implicações militares e avanços no controle espacial
Uma equipe de pesquisadores chineses, liderada por Wu Yunhua, diretor do departamento de controle aeroespacial da Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Nanquim, simulou uma operação espacial para se aproximar e atingir potencialmente os satélites da Starlink, mega constelação operada pela SpaceX.
O estudo, publicado em 3 de janeiro, revela como 99 satélites chineses poderiam se aproximar de quase 1.400 satélites Starlink em apenas 12 horas.
Desafios operacionais e avanços tecnológicos
A Starlink, com mais de 6.700 satélites em órbita e planos de expansão, representa um desafio significativo para o monitoramento no espaço. A complexidade de rastrear uma constelação tão grande com recursos limitados foi um dos maiores obstáculos enfrentados pelos pesquisadores chineses.
No entanto, Wu e sua equipe superaram esses desafios ao desenvolver um algoritmo de inteligência artificial binária inspirado em técnicas de caça de baleias, permitindo que seus satélites trabalhassem em conjunto de forma eficiente.
Esse algoritmo permite que os satélites chineses “caçam” os satélites Starlink, detectando-os e rastreando-os com precisão. De acordo com os pesquisadores, o método é capaz de gerar um plano de ação confiável em apenas dois minutos.
Ao imitar o comportamento das baleias, que concentram pequenos peixes enquanto economizam energia, os satélites podem realizar tarefas complexas de rastreamento sem desperdício de recursos.
Implicações militares e segurança espacial
O estudo também destaca as implicações militares de tal capacidade. A militarização do espaço é uma manifestação crescente, com o uso de satélites para fins estratégicos, como ocorreu no conflito entre Rússia e Ucrânia.
A Starlink, por ser uma plataforma de comunicação crucial, tem sido observada com atenção por nações como a China, que tem sido mais cautelosa em relação à segurança espacial.
“A militarização do espaço se intensificou nos últimos anos, representando uma ameaça significativa à segurança da China”, afirmaram os pesquisadores. O foco está em monitorar e rastrear o status operacional dos satélites Starlink, que podem ser usados para fins militares.
Desenvolvimentos futuros e riscos de detritos espaciais
A pesquisa também menciona os esforços da China em desenvolver suas próprias constelações de satélites semelhantes à Starlink. No entanto, esses projetos vêm acompanhados de riscos.
Caso sejam atacadas, as constelações podem gerar detritos espaciais, colocando outros ativos em risco, incluindo estações espaciais.
Para mitigar esse perigo, a China está investigando a possibilidade de desenvolver satélites interceptadores equipados com armas não destrutivas. O objetivo seria desabilitar satélites inimigos sem gerar destruição, o que garantiria a segurança do ambiente espacial.
Impacto das pesquisas e apoio governamental
O trabalho de Wu Yunhua recebeu apoio significativo do governo chinês, com um financiamento de mais de 16 milhões de yuans (aproximadamente US$ 2,2 milhões).
A colaboração com o Instituto de Tecnologia de Harbin, também envolvido na pesquisa, é parte do esforço da China para aprimorar suas tecnologias de defesa espacial.
A pesquisa reflete a crescente militarização do espaço e a corrida para dominar a tecnologia de satélites. À medida que as nações desenvolvem suas próprias constelações e contramedidas, as divisões espaciais só tendem a aumentar, redefinindo as estratégias globais de defesa e comunicação.
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