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China desafia alegações de envolvimento em ciberataque contra o tesouro dos Estados Unidos

China desafia alegações de envolvimento em ciberataque contra o tesouro dos Estados Unidos

A China nega envolvimento em ataque cibernético ao Departamento do Tesouro dos EUA e rejeita acusações de hacking patrocinadas pelo Estado chinês

A China rejeitou, nesta terça-feira (31), as acusações de que hackers foram patrocinados pelo seu governo por trás de um ataque cibernético contra o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, ocorrido no início de dezembro.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores Chinês, as alegações são “infundadas” e carecem de provas concretas.

Em declarações à imprensa, o porta-voz Mao Ning afirmou: “Expressamos muitas vezes a nossa posição sobre acusações infundadas e sem provas”.

A China, segundo ele, sempre se opõe a ataques cibernéticos de qualquer natureza e à disseminação de informações falsas com interesses políticos. Essas declarações surgem após o Tesouro dos Estados Unidos afirmar que suas estações de trabalho foram comprometidas no ataque.

O ataque e suas consequências

O Departamento do Tesouro detalhou que o ataque aconteceu no começo de dezembro e que as intrusões ocorreram após hackers acessarem um provedor externo de segurança cibernética, a BeyondTrust.

A partir daí, os criminosos conseguem acessar remotamente as estações de trabalho da agência e, eventualmente, alguns documentos não são autorizados. No entanto, o Tesouro garantiu que o acesso foi interrompido rapidamente.

Após serem notificados pela BeyondTrust, os funcionários do Tesouro entraram em contato com a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos EUA e foram investigados sobre as consequências do ataque.

O provedor do compromisso foi imediatamente desconectado e não há evidências de que os hackers de segurança tenham continuado acessando os sistemas ou informações do departamento.

O Departamento do Tesouro também enviou uma carta ao Comitê Bancário do Senado, na qual indicou que, com base nas evidências disponíveis, o ataque foi realizado por um “ator da Ameaça Persistente Avançada patrocinada pelo Estado chinês”.

No entanto, a carta não forneceu mais detalhes sobre quais documentos ou sistemas específicos foram afetados pelo incidente.

Rejeição chinesa e preocupações globais

A acusação de envolvimento da China em ataques cibernéticos contra os EUA não é novidade. Nos últimos anos, diversos países expressaram preocupações sobre atividades de hacking, que alegam estar sendo reforçadas pelo governo chinês.

Pequim, por sua vez, sempre negou essas acusações, mantendo que adota medidas rigorosas para combater qualquer forma de ataque cibernético.

Recentemente, os Estados Unidos também neutralizaram uma rede de hackers, que afetou 200 mil dispositivos ao redor do mundo e foi atribuída à China.

Em fevereiro, o Departamento de Justiça dos EUA desmantelou uma rede de hackers conhecida como “Volt Typhoon”, responsável por atacar infraestruturas críticas, como estações de tratamento de água e sistemas de transporte.

Esses incidentes reforçam uma preocupação crescente com a segurança cibernética em nível global.

O Tesouro dos Estados Unidos, embora tenha tranquilizado o público quanto à interrupção do acesso dos hackers aos seus sistemas, destacou a gravidade do incidente, afirmando que todas as ameaças à segurança cibernética são tratadas com seriedade.

A investigação sobre o ataque continua, e mais informações serão compartilhadas em um relatório complementar.

Esse episódio é mais um lembrete da crescente ameaça de ataques cibernéticos patrocinados pelos Estados e das complexas relações internacionais no campo da segurança digital.