China ‘pune’ declarações do presidente de Taiwan com novos exercícios
China ‘pune’ declarações do presidente de Taiwan com novos exercícios
Na última segunda-feira, a China iniciou novos exercícios militares em torno de Taiwan, classificando a ação como uma “punição” por declarações do presidente taiwanês, William Lai, que afirmou a determinação da ilha em “resistir à anexação” ou “qualquer invasão sobre sua soberania”. O movimento de Pequim eleva a tensão em uma das regiões mais sensíveis do mundo, reacendendo a questão sobre o futuro de Taiwan e sua relação com a China continental.
O presidente chinês, Xi Jinping, já manifestou diversas vezes a intenção de reintegrar Taiwan, que a China considera parte de seu território, mesmo que, para isso, seja necessário o uso da força. Os exercícios foram uma demonstração dessa ameaça potencial, envolvendo um vasto aparato militar chinês.
Cerco completo ao redor da ilha
De acordo com o governo de Taiwan, 34 navios e 125 aeronaves militares foram detectados em formação ao redor da ilha na segunda-feira. As manobras posicionaram forças chinesas em todos os quadrantes ao redor de Taiwan, de acordo com mapas publicados pela mídia estatal chinesa. Horas após o início dos exercícios, Pequim declarou que as operações haviam sido concluídas com sucesso.
Os exercícios, conduzidos pelo Exército de Libertação Popular (ELP), envolveram as principais unidades de todas as forças armadas chinesas, com simulações de ataques coordenados por terra, mar e ar. O objetivo principal, segundo o Capitão Li Xi, porta-voz do Comando de Teatro Oriental do ELP, foi testar as “capacidades operacionais conjuntas e integradas” das tropas chinesas em caso de necessidade de intervenção militar direta.
Resposta de Taiwan e cenário regional
Apesar da mobilização, as operações civis em Taiwan, como aeroportos e portos, continuaram a funcionar normalmente. O Ministério da Defesa de Taiwan, no entanto, condenou os exercícios chineses, destacando que sua prioridade é evitar qualquer escalada militar que possa resultar em um conflito direto. Além disso, as ilhas periféricas sob controle de Taiwan foram colocadas em alerta máximo, prontas para responder a qualquer eventualidade.
O Ministério das Relações Exteriores da China reafirmou que as manobras incluíram simulações de bloqueios e ataques a portos, além de reafirmar sua postura de que a independência de Taiwan é “incompatível” com a paz na região. Pequim insiste que qualquer passo em direção à independência formal de Taiwan levará a uma resposta firme e imediata.
Exercícios de poder e simbolismo
O clima tenso também foi marcado por uma ação simbólica das forças chinesas. Em uma postagem na rede social Weibo, a guarda costeira chinesa publicou um trajeto de patrulha no formato de um coração, sugerindo uma tentativa de transmitir uma imagem de “proteção” ao que a China considera ser parte de sua nação, enquanto impõe pressão militar sobre Taiwan.
Os exercícios militares chineses em torno de Taiwan marcam mais um capítulo de uma longa disputa territorial e política entre as duas partes. A comunidade internacional observa com cautela, preocupada com a possibilidade de uma escalada que pode desestabilizar toda a região do Indo-Pacífico. Para Pequim, a questão de Taiwan continua sendo um ponto central de sua política externa, e qualquer tentativa de desafiar essa posição será respondida com força. O futuro de Taiwan permanece incerto, enquanto as tensões geopolíticas se aprofundam.
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