Ações de frigoríficos brasileiros despencam após anúncio da China sobre investigação de importações de carne bovina. Impacto preocupa o mercado

As ações de frigoríficos brasileiros enfrentaram forte queda no preço desta sexta-feira (27) na B3, refletindo a decisão da China de investigar o impacto das importações de carne bovina em sua indústria local.

O país asiático é um dos maiores consumidores de carne brasileira, gerando preocupação no mercado.

As ações da Marfrig (MRFG3) chegou a despencar 7% no início do dia, mas conseguiu amenizar as perdas e fechou em baixa de 2%, cotado a R$ 16,48.

Sua controladora, a BRF (BRFS3), recuou 2,7%, fechando em R$ 24,78. A JBS (JBSS3) registrou queda de 2,53%, cotada a R$ 36,25, enquanto a Minerva (BEEF3) teve uma desvalorização mais moderada de 1,15%, a R$ 5,16.

O impacto foi atribuído ao comunicado do Ministério do Comércio da China, que anunciou a abertura de um processo para investigar possíveis prejuízos à sua pecuária devido ao aumento do preço de carne bovina desde 2019.

Segundo autoridades chinesas, o volume importado cresceu 106% nos últimos anos, causando, segundo eles, “graves danos” à indústria local.

Os produtores chineses alegaram que a concorrência com a carne importada colocaria a produção nacional em risco, intensificando a dependência externa.

A China é atualmente o maior importador mundial do produto, e a medida de investigação pode afetar não apenas o Brasil, mas outros países fornecedores.

O governo brasileiro, por meio do Ministério da Agricultura, reagiu ao anúncio afirmando que pretende demonstrar a importância complementar da carne bovina brasileira na cadeia de suprimentos chineses.

“Vamos trabalhar para mostrar que as exportações brasileiras não prejudicam a indústria local, mas agregam valor e estabilidade ao mercado interno chinês”, destacou a nota oficial.

O cenário trouxe volatilidade ao mercado, com investidores atentos aos próximos desdobramentos da medida chinesa.