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Ao contrário do primeiro mandato, China promete bater de frente com Trump: Medidas fortes serão tomadas por Pequim; confira quais

Ao contrário do primeiro mandato, China promete bater de frente com Trump: Medidas fortes serão tomadas por Pequim; confira quais

A China adota postura mais agressiva contra os EUA, com medidas comerciais, avanços militares e cibernéticos. Prepare-se para um novo confronto diplomático com Trump

Nos últimos meses, a China tem demonstrado um comportamento mais assertivo em relação aos Estados Unidos, preparando-se para enfrentar um possível retorno de Donald Trump à presidência.

Em contraste com o primeiro mandato de Trump, quando Pequim desenvolveu uma postura mais cautelosa, a atual estratégia chinesa reflete um desejo de confrontar Washington com ações mais agressivas, tanto no campo diplomático quanto no militar e comercial.

Desde o início de 2024, Pequim lançou uma série de medidas retaliatórias, fortalecendo sua posição global enquanto aguarda os próximos passos dos Estados Unidos.

Medidas comerciais retaliatórias

Desde as eleições presidenciais dos EUA, a China revelou um plano detalhado de medidas comerciais prejudiciais caso Trump decidisse implementar tarifas adicionais sobre os produtos chineses.

No final de 2024, Pequim já havia imposto uma proibição de embarque para os EUA de várias questões-primas essenciais.

Esses materiais primários são essenciais para a produção de tecnologias e setores chave, como os componentes usados ​​em baterias para veículos elétricos, um mercado onde a China ainda domina o fornecido globalmente.

Em uma escalada recente, as autoridades chinesas ampliaram as restrições às exportações de tecnologias utilizadas no processamento de minerais críticos para esses mesmos setores, como as baterias para carros elétricos.

Essas ações estão diretamente ligadas à crescente disputa de poder entre as duas maiores economias do mundo, onde cada movimento se transforma em uma peça estratégica dentro de uma competição geopolítica mais ampla.

Fortalecimento militar e cibernético

Além das questões comerciais, a China tem intensificado sua presença militar e suas capacidades cibernéticas.

Os militares chineses revelaram dois protótipos de caça de sexta geração no final de 2024, um marco tecnológico importante que demonstrou o avanço da China no desenvolvimento de armamentos de ponta.

Essa revelação ocorreu em um contexto de tensão crescente em torno de Taiwan, ilha que Pequim considera parte de seu território.

A China também inveja um número recorde de navios de guerra para a região, uma resposta clara às atividades militares dos EUA e seus aliados próximos em torno do estreito de Taiwan.

Simultaneamente, Pequim tem demonstrado um domínio crescente nas operações cibernéticas. Nos últimos meses, uma série de ataques cibernéticos atribuídos ao governo atingiu infraestruturas críticas dos EUA, incluindo redes de celulares e o Departamento do Tesouro.

Os hackers chineses mostram uma sofisticação crescente em suas operações, com ataques direcionados a alvos não apenas comerciais ou militares, mas também organizações sensíveis, tornando a identificação e a defesa contra essas ameaças cada vez mais complexas.

Alianças regionais e iniciativas diplomáticas

No campo diplomático, a China também avançou suas ambições. Recentemente, Pequim recebeu a ajuda do bloco Brics, um grupo de nações em desenvolvimento que a China busca usar para alterar a ordem global a seu favor.

Ao mesmo tempo, Pequim tem trabalhado para distensionar suas relações com o Japão, outro ator-chave no Pacífico e membro da parceria Quad, revivida por Trump.

Esses movimentos indicam que, enquanto busca o fortalecimento de sua posição militar, a China não abandonou a construção de uma rede de aliados estratégicos.

Além disso, Pequim tem adotado uma postura mais agressiva em relação aos EUA, buscando explorar as rachaduras internacionais na política externa americana, especialmente as incertezas sobre a administração Trump.

No entanto, ao contrário da postura cautelosa observada durante o primeiro mandato de Trump, a China agora parece mais disposta a avançar suas agendas políticas e comerciais de maneira mais contundente.

Cibersegurança e espionagem

Uma das frentes mais preocupantes para os Estados Unidos tem sido os ataques cibernéticos, que têm se tornado cada vez mais sofisticados.

Grupos hackers ligados ao governo chinês estão se aproximando do que especialistas decidem sobre o “melhor período” em suas capacidades cibernéticas.

A complexidade e os alvos desses ataques, que vão desde organizações sensíveis até redes de telecomunicações e infraestruturas críticas, colocaram os EUA em uma posição difícil, exigindo uma resposta mais vigorosa de Washington.

Especialistas em segurança cibernética apontam que a China está ampliando suas operações, explorando brechas em dispositivos conectados à Internet para realizar espionagem em larga escala. A resposta de Trump a esses ataques será decisiva para a dinâmica das relações entre os dois países nos próximos anos.

O papel de Xi Jinping e a preparação de Pequim

Desde o primeiro mandato de Trump, Xi Jinping consolidou ainda mais seu poder sobre o Partido Comunista Chinês, o que lhe conferiu uma maior confiança em suas ações.

Em resposta às críticas com os Estados Unidos, Xi tem adotado uma estratégia mais voltada para a independência econômica, com foco na “circulação doméstica” e na redução da dependência do mercado americano.

Isso reflete uma mudança significativa em relação ao período anterior, quando a China buscava se envolver mais estreitamente com os EUA para fomentar o crescimento econômico.

Além disso, a China tem se preparado para enfrentar os desafios fiscais de Washington com uma postura mais firme, como exemplificado pelas chamadas “linhas vermelhas” condicionais por Xi em sua última reunião com o presidente Joe Biden.

A respeito de Taiwan, dos direitos humanos e do sistema político chinês, Xi destacou que esses são interesses fundamentais para a China, e que qualquer ataque a esses princípios resultaria em represálias severas.

Desafios internos e obstáculos externos

Apesar da postura agressiva, a China enfrenta desafios internos importantes. A economia chinesa está sobrecarregada por uma crise imobiliária prolongada, baixa confiança do consumidor e uma ameaça iminente de deflação.

Embora Pequim tenha implementado um pacote de estímulo econômico de US$ 1,4 trilhão no final de 2023, muitos analistas preveem que o crescimento do PIB em 2024 ficará abaixo da meta exigida de 5%.

Esses desafios econômicos podem limitar a capacidade da China de sustentar sua agenda militar e diplomática em longo prazo.

Além disso, a agenda militar de Xi também enfrentou obstáculos, incluindo um escândalo de corrupção que abalou as lideranças do exército e atrasou uma ambiciosa modernização militar.

As tensões com o Japão continuam a ser um ponto sensível, com as disputas territoriais no Mar da China Oriental, e a relação com a Índia permanece volátil, especialmente após os planos chineses de construir uma enorme represa no Tibete.

A estratégia de Taiwan

Um dos maiores desafios para a China continua sendo Taiwan. Pequim considera a ilha como parte do seu território, e as tensões com os EUA, que tem apoiado Taiwan, devem aumentar.

A China afirmou que tomará medidas contra empresas e indivíduos dos EUA que vendem armas para a ilha. Essas orientações podem afetar a economia chinesa, mas Pequim parece disposta a pagar esse preço para afirmar sua posição sobre Taiwan.

Com o retorno de Trump ao poder, a postura da China se tornará ainda mais decisiva. A forma como Pequim reagirá aos próximos movimentos de Washington será fundamental para o equilíbrio de poder na região do Pacífico e para o futuro das relações comerciais e diplomáticas entre os dois países.