China fortalece seu poder marítimo com o porta-aviões Shandong, alcançando capacidade de combate em todas as condições climáticas e ampliando sua presença global

Em um movimento que reforça sua crescente influência nos mares, a China alcançou um marco significativo no desenvolvimento de seu poder marítimo com o porta-aviões Shandong.

Comissionado em 2019, este porta-aviões, o primeiro a ser construído internamente pelo país, alcançou em 2024 a capacidade de combate em “todas as condições climáticas”.

Essa conquista é parte de um esforço contínuo da China para expandir sua presença no mar e consolidar sua posição como maior força naval do mundo, medida pelo número de embarcações em operação.

Shandong: avanços técnicos e operacionais

O Shandong, com capacidade operacional 24 horas por dia em condições climáticas adversas, agora é capaz de executar missões complexas com prontidão para surtidas consecutivas.

Este avanço em sua capacidade de combate em qualquer clima é particularmente relevante para a segurança regional e global, pois pode aumentar as tensões com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos e seus aliados.

A China já demonstrou um crescente interesse por áreas como o Ártico, com caças chineses recentemente voando junto com aeronaves russas no Alasca, aumentando as preocupações de potências ocidentais.

Desde sua entrada em serviço ativo, o Shandong tem sido integrado em uma série de operações conjuntas, com o grupo de ataque do porta-aviões constantemente aprimorando suas capacidades.

Exercícios realizados ao largo de Taiwan em 2023, por exemplo, destacaram a coordenação entre forças marítimas e aéreas, com missões de defesa aérea e antissubmarino sendo realizadas com êxito.

Isso mostra o potencial de operação do Shandong não apenas em águas costeiras, mas também em missões mais distantes, longe das costas da China.

Capacidade operacional e defesa aérea

Relatórios indicam que o Shandong agora pode realizar ataques decisivos durante conflitos, enquanto mantém a capacidade de dissuadir ameaças em tempos de paz.

Durante seus treinos, o porta-aviões bateu recordes de decolagens e pousos consecutivos, demonstrando a alta capacidade de prontidão da sua tripulação.

Além disso, em uma recente demonstração de poder, o Shandong conseguiu lançar caças rapidamente quando uma aeronave de reconhecimento estrangeira se aproximou, forçando a aeronave provocativa a recuar.

A China também tem investido fortemente na qualificação de sua tripulação, com marinheiros treinados para múltiplas funções, desde líderes de elite até especialistas técnicos e logísticos.

A melhoria do treinamento tem permitido avanços substanciais nas operações do porta-aviões, com uma colaboração estreita entre pesquisadores e a tripulação para resolver mais de 100 desafios operacionais.

A constante evolução do Shandong é, assim, uma prova do compromisso da China em modernizar suas forças armadas.

Exercícios conjuntos com o porta-aviões Liaoning

Em outubro de 2024, o Shandong participou de um exercício de treinamento em alto-mar com outro porta-aviões chinês, o Liaoning.

Este exercício marcou a primeira vez que dois porta-aviões da Marinha do Exército de Libertação Popular (PLA) da China realizaram uma operação conjunta, o que reflete um novo nível de capacidade de combate em grande escala.

Durante o exercício, ambos os grupos de ataque executaram manobras complexas de combate e defesa, reforçando a ideia de que a China está avançando rapidamente para se tornar uma potência naval capaz de operar em diversas frentes e com diversos tipos de embarcações.

Comparações com os EUA: O Shandong ao lado do USS Gerald R. Ford

Especialistas compararam o Shandong com o USS Gerald R. Ford, o mais moderno porta-aviões da Marinha dos EUA.

Embora o Shandong ainda seja um projeto em desenvolvimento, a China tem demonstrado um avanço impressionante em termos de capacidades técnicas e operacionais, o que coloca o país em um patamar de crescente competição com os EUA no campo naval.

A capacidade de projetar e construir um porta-aviões inteiramente nacional, como o Shandong, sublinha o avanço tecnológico da China e seu desejo de consolidar sua liderança em questões de segurança e geopolítica.

Impacto global e futuro do Shandong

Com seus avanços e crescente capacidade de operar em qualquer clima, o porta-aviões Shandong representa um dos pilares da força naval da China.

O porta-aviões não só fortalece a presença chinesa no Pacífico, mas também pode atuar como um vetor estratégico para suas ambições no Ártico e outras regiões distantes.

À medida que a China continua a expandir sua marinha e desenvolver novas tecnologias, o Shandong provavelmente desempenhará um papel cada vez mais central em sua projeção de poder, tornando-se uma ameaça potencial para o Ocidente, especialmente se confrontos mais intensos ocorrerem em águas internacionais.

Em um cenário global cada vez mais multipolar, a evolução do Shandong e o fortalecimento das capacidades militares chinesas devem ser observados com atenção pelas potências ocidentais, que terão de repensar suas estratégias de segurança em face do crescente poderio marítimo da China.