China engrena, mas ameaça dos EUA pode frear a máquina industrial
China engrena, mas ameaça dos EUA pode frear a máquina industrial
Produção industrial da China cresce em novembro, mas riscos persistem com promessas de tarifas dos EUA
A produção industrial chinesa registrou crescimento modesto pelo segundo mês consecutivo em novembro, segundo pesquisa oficial. O índice de gerentes de compras (PMI) alcançou 50,3, o maior nível em sete meses, superando os 50,1 de outubro e a previsão de 50,2 estimada pela Reuters. Uma marca acima de 50 indica expansão no setor.
O avanço reflete os efeitos de uma onda de estímulos econômicos inovadores para revitalizar a segunda maior economia do mundo. Contudo, o cenário ainda enfrenta incertezas, especialmente com as ameaças comerciais do presidente-eleito dos EUA, Donald Trump, que propõe tarifas agressivas contra produtos chineses.
Confiança nas fábricas começa a melhorar
Após meses de baixa confiança no setor industrial, dois meses de crescimento no PMI indicam um impacto positivo das medidas de estímulo. A recuperação ocorre em um contexto de preços ao produtor em queda e pedidos reduzidos, fatores que vinham enviados às fábricas.
Apesar da melhoria, os desafios permanecem. As tarifas adicionais prometidas por Trump podem comprometer a competitividade da indústria chinesa no próximo ano. A possível escalada comercial representa uma ameaça significativa ao otimismo observado recentemente no setor de produção.
Setor imobiliário e riscos comerciais
O mercado imobiliário, uma peça-chave da economia chinesa, também apresenta sinais de recuperação, mas enfrenta restrições. As autoridades buscam estímulos para equilibrar as vulnerabilidades econômicas, antecipando um cenário complexo antes do segundo mandato de Trump.
Na última semana, Trump reiterou planos para importar uma tarifa de 10% sobre produtos chineses. A medida seria uma forma de pressão de Pequim para combater a fabricação de materiais químicos usados na produção de fentanil. Durante a sua campanha, ele já havia ameaçado tarifas superiores a 60%, reforçando a tensão entre as duas potências.
Exportações e perspectivas para 2025
As exportações chinesas surpreenderam em outubro, superando expectativas devido à antecipação de remessas antes da imposição de novas tarifas pelos EUA e pela União Europeia. Apesar disso, a economia chinesa ainda enfrenta incertezas no prazo médio.
“A economia se estabilizou recentemente, com políticas fiscais e monetárias mais flexíveis desde a reunião do Politburo em setembro. Mas a perspectiva para 2025 segue incerta”, afirmou Zhang Zhiwei, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
Zhang alerta que uma guerra comercial iminente pode frear investimentos empresariais. Embora os investidores esperem por novos estímulos fiscais, o tamanho e a composição desses gastos ainda não são claros, alimentando dúvidas sobre o futuro da economia chinesa.
Com um cenário global em transformação, o setor industrial chinês avança, mas segue atento às movimentações políticas e comerciais que podem moldar seu desempenho nos próximos anos.
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