China desafia segurança de chips dos EUA e propõe mudanças no mercado interno

Quatro das principais associações de chips da China emitiram um alerta conjunto declarando que os “chips dos Estados Unidos não são seguros”. O comunicado surgiu logo após novas sanções americanas contra empresas chinesas, intensificando a tensão no setor tecnológico entre os dois países.

Essas associações, que representam cerca de 6.400 empresas chinesas, são enviadas ao governo para reduzir o uso de atualizações Intel, AMD e placas NVIDIA em repartições públicas e empresas estatais. Analistas acreditam que a medida pode levar ao veto de vendas desses componentes para consumidores comuns no mercado interno.

Retaliação e busca por autossuficiência

Numa tentativa de fortalecer a indústria local, o comunicado incentiva o uso de chips de fabricantes de outros países, mesmo aliados dos EUA, e reforça a compra de soluções nacionais. Essa transmissão reflete a estratégia da China de alcançar autossuficiência no setor de semicondutores, um ponto-chave na disputa tecnológica global.

Embora o alerta não tenha detalhado os supostos problemas de segurança, os especialistas afirmam que ele poderá contribuir significativamente com as futuras aquisições de equipamentos no país.

Reação americana

A Associação da Indústria de Semicondutores dos EUA, que representa gigantes do setor, refutou as acusações de insegurança em seus chips. “Chamadas coordenadas na China para limitar a aquisição de chips dos EUA são inúteis. Alegações de que os chips americanos ‘não são seguros’ são imprecisas”, declarou a entidade.

Ainda assim, a associação criticou a abordagem do governo norte-americano em intensificar os controles de exportações. “Os controles devem ser direcionados a objetivos claros de segurança nacional. Encorajamos ambos os governos a evitar uma nova escalada.”

Impactos no cenário global

A nova postura da China pode acelerar a fragmentação do mercado de semicondutores, com implicações profundas para a cadeia global de suprimentos. Ao mesmo tempo, especialistas observam que os chineses, historicamente cautelosos, agora demonstram maior disposição para enfrentar diretamente os Estados Unidos na guerra comercial e tecnológica.

Essa disputa evidencia o impacto crescente das tensões geopolíticas sobre a inovação e a produção de tecnologia de ponta, com potencial de reconfigurar alianças e estratégias empresariais em escala global.