Biden renova acordo científico com a China sob críticas dos republicanos
Biden renova acordo científico com a China sob críticas dos republicanos
Estados Unidos e China renovam acordo de cooperação científica com novas proteções de segurança
Nesta sexta-feira, os Estados Unidos e a China promoveram a renovação do histórico Acordo de Ciência e Tecnologia (STA). O anúncio foi feito pelo Departamento de Estado, que destacou a inclusão de “robustas proteções de segurança nacional”. A decisão ocorre em meio às críticas dos republicanos, que afirmam que a renovação deveria ser uma prerrogativa do próximo governo.
O STA, firmado inicialmente em 1979, por 45 anos facilitou a cooperação científica entre os dois países. Essa parceria permitiu o compartilhamento de dados importantes, como os relacionados ao monitoramento de terremotos, mudanças climáticas e surtos de gripe. No entanto, preocupações crescentes sobre o cumprimento de cláusulas de propriedade intelectual pela China colocaram o futuro do acordo em questão.
Renovação com restrições e foco em segurança
O novo texto do acordo, renovado algumas semanas antes da posse do presidente eleito Donald Trump, traz mudanças significativas. De acordo com o governo Biden, as atualizações incluem restrições para proteger tecnologias críticas e emergentes, setores considerados estratégicos na rivalidade entre as nações.
“Ao negociarmos este acordo, priorizamos a segurança nacional dos Estados Unidos como nosso principal foco”, declarou uma autoridade do Departamento de Estado durante um briefing. Segundo o governo, o STA reformulado busca equilibrar os benefícios da cooperação científica com a proteção de interesses estratégicos.
Críticas e pressões políticas
A renovação não ocorreu sem controvérsias. Em uma carta enviada quinta-feira ao secretário de Estado, Antony Blinken, o deputado republicano John Moolenaar pediu a suspensão imediata das negociações. Segundo ele, a atualização nos últimos dias do atual governo impede o novo governo de revisar ou renegociar os termos.
Os republicanos também argumentaram que a China poderia usar o acordo para o seu desenvolvimento militar. O comitê selecionado da Câmara dos Deputados sobre a China liderou esforços para pressionar o Departamento de Estado para não renovar o STA.
Apesar das críticas, o Departamento de Estado enfatizou que a continuidade do acordo evita a interrupção em áreas de cooperação que beneficiam os Estados Unidos. “A não prorrogação poderia ter efeitos inibidores na ciência, prejudicando áreas de interesse mútuo”, afirmou a autoridade.
Medidas reforçadas e preocupações persistentes
Entre as mudanças, o novo STA inclui disposições para segurança de pesquisadores, reciprocidade de dados e mecanismos de resolução de disputas. Caso uma das partes descumpra os termos, o acordo prevê soluções para minimizar os impactos.
Apesar das reformas, as preocupações permanecem. Autoridades norte-americanas destacaram o histórico da China de inibição do fluxo de dados e da falta de transparência em seus projetos científicos. Esses pontos foram levantados como desafios durante a renovação anterior, no governo Trump, e continuam a gerar desconfiança.
Impactos e perspectivas
Mesmo com o breve intervalo no acordo durante as negociações, a cooperação científica entre as duas nações não foi interrompida. Para especialistas, o STA reformulado representa um esforço para proteger os interesses dos EUA sem sacrificar os benefícios de colaborações científicas globais.
O futuro da relação científica entre os dois países, no entanto, dependerá da implementação prática das medidas de proteção e do comprometimento de ambas as partes em manter a reciprocidade. Em um cenário de rivalidade crescente, o equilíbrio entre colaboração e segurança continuará sendo um desafio central.
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