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Crescimento militar da China preocupa os Estados Unidos: Especialistas pedem fortalecimento de bases aéreas urgentemente

Crescimento militar da China preocupa os Estados Unidos: Especialistas pedem fortalecimento de bases aéreas urgentemente

Relatório do Instituto Hudson alerta para vulnerabilidade das bases aéreas dos EUA no Pacífico diante do avanço militar da China e sugere reforços urgentes na infraestrutura

Um novo relatório do Instituto Hudson revelou sérias preocupações sobre a vulnerabilidade das bases aéreas dos Estados Unidos no Pacífico Ocidental diante do crescimento estratégico e militar da China.

Com o avanço das capacidades chinesas, o estudo aponta a necessidade urgente dos EUA de fortalecer suas infraestruturas militares para enfrentar ameaças mais sofisticadas e precisas, como ataques coordenados por mísseis balísticos e de cruzeiro.

Ataques surpresa: a estratégia chinesa

O relatório detalha que a doutrina militar chinesa favorece ataques surpresa para garantir a superioridade aérea, uma estratégia que poderia paralisar bases aéreas americanas antes mesmo da descolagem das aeronaves.

Mísseis de alta precisão, como balísticos e de cruzeiro, são capazes de atacar locais críticos, como estoques de combustível e hangares, tornando as bases desprotegidas extremamente vulneráveis.

Um exemplo citado é a base de Iwakuni, no Japão, que poderia ser neutralizada com apenas dez mísseis, bloqueando a operação aérea dos EUA na região.

A expansão militar da China

Nos últimos anos, a China tem intensificado sua preparação para conflitos em larga escala, com foco no reforço da infraestrutura de defesa aérea.

O número de abrigos reforçados para aeronaves no país dobrou, totalizando mais de 800 unidades. Além disso, foram construídos outros 2.300 abrigos não reforçados em 134 bases aéreas.

Isso coloca os EUA em desvantagens estruturais, já que, na região do Pacífico, os americanos adicionaram apenas dois abrigos reforçados e 41 não reforçados nos últimos anos.

A falta de infraestrutura semelhante nas Filipinas e na Coreia do Sul agrava ainda mais essa desigualdade, diminuindo a capacidade operacional dos EUA na região a um terço da capacidade da China.

Ameaça dos misseis balísticos

Outro ponto crítico levantado pelo estudo é o aumento significativo no arsenal de mísseis balísticos de médio alcance da China.

A quantidade de mísseis cresceu em 300 unidades em apenas um ano, aumentando a capacidade de Pequim de atingir alvos estratégicos na “primeira cadeia de ilhas”, que inclui Taiwan, Filipinas e Japão.

A Força de Foguetes do Exército de Libertação Popular, divisão militar chinesa responsável por esses armamentos, realiza exercícios ocasionais simulando ataques a campos de aviação e outras instalações chave.

Bases americanas no pacífico: risco crescente

As bases militares dos EUA no Pacífico, como as localizadas em Okinawa e Guam, são essenciais para a estratégia de contenção da China.

No entanto, estão expostos a riscos crescentes, especialmente com a tensão crescente sobre Taiwan. A base de Kadena, em Okinawa, por exemplo, está localizada a apenas 600 quilômetros de Taiwan, o que a coloca em uma posição estratégica crucial, mas também vulnerável.

Com a China reafirmando sua intenção de reunificar Taiwan, as bases americanas tornam-se alvos em um possível conflito direto, em que os EUA seriam obrigados a intervir em defesa de Taiwan.

Recomendações para os EUA

Diante desse cenário, especialistas recomendam que os Estados Unidos tomem medidas rápidas para fortalecer a resiliência de suas infraestruturas no Pacífico.

Entre as sugestões do Instituto Hudson estão a construção de mais abrigos reforçados para aeronaves, a diversificação dos locais de armazenamento de combustível e a melhoria das capacidades das investidas dos EUA para atacar alvos estratégicos da China.

O estudo destaca a importância dos EUA não apenas defenderem suas bases, mas também importam custos significativos para a China caso o país tente desafiar a presença militar norte-americana na região.

A expansão do poder militar chinês

Com o crescimento contínuo do poder militar da China, especialmente na área de mísseis e infraestrutura de defesa aérea, o equilíbrio de forças no Indo-Pacífico está mudando.

A chamada “primeira cadeia de ilhas” – composta por Japão, Taiwan e Filipinas – torna-se cada vez mais crucial para a defesa dos EUA e dos seus aliados.

A região, que limita a capacidade de projeção de poder da China, é agora o foco de uma corrida armamentista crescente, com a China investindo pesadamente em sua infraestrutura militar.

O relatório do Hudson Institute, portanto, serve como um alerta para os EUA: é hora de fortalecer suas posições no Pacífico, ou arriscar perder a vantagem estratégica em uma região chave para a segurança global.