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Descoberta histórica: Peças raras de armadura ‘escamas de peixe’ revelam segredos da Dinastia Han

Descoberta histórica: Peças raras de armadura ‘escamas de peixe’ revelam segredos da Dinastia Han

Arqueólogos encontram 6.000 peças de armadura ‘escamas de peixe’ no túmulo de Liu He, revelando a sofisticação da Dinastia Han

Arqueólogos da China descobriram mais de 6.000 peças de armadura no estilo “escamas de peixe” no túmulo de Liu He, Marquês de Haihun.

A sepultura, localizada em Nanchang, província de Jiangxi, foi encontrada em 2011 e pertence à Dinastia Han Ocidental (206 aC – 25 dC). Essa descoberta lança nova luz sobre a história e a tecnologia militar da época.

Uma figura lendária de Liu He

Liu He, neto do imperador Wu de Han, teve uma trajetória histórica controversa. Ainda criança, aos quatro anos, tornou-se rei de Changyi. Mais tarde, em 74 aC, foi coroado imperador após a morte do imperador Zhao, em decisão do ministro Huo Guang.

No entanto, a sua prisão durou apenas 27 dias, sendo deposto sob acusações de má conduta, com um total de 1.127 casos registados.

Depois de sua destituição, Liu He perdeu seus títulos e foi exilado. Em 63 aC, foi nomeado Marquês de Haihun, posição que manteve até sua morte em 59 aC O túmulo onde ele foi enterrado é um dos mais preservados da Dinastia Han e guarda uma vasta coleção de artefatos históricos.

Uma riqueza de descobertas

Mais de 20.000 itens foram encontrados na sepultura, incluindo moedas de ouro, lâmpadas de bronze e o que é considerado o retrato mais antigo de Confúcio.

A armadura de “escamas de peixe”, desenterrada na secção oeste da câmara externa, foi acompanhada de espadas e outras armas, provavelmente armazenadas em caixas de laca que se deterioraram com o tempo.

Detalhes impressionantes da armadura

O design da armadura chama atenção pela complexidade. Feita de ferro laqueado, cobre e couro, ela difere das armaduras típicas da Dinastia Han, que geralmente eram de material único.

Segundo Bai Rongjin, investigador do Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais, a menor peça mede apenas 1 centímetro de largura e 0,2 centímetros de espessura. “Isso reflete um nível avançado de artesanato”, afirma ele.

Enquanto as peças comuns da Dinastia Han medem entre 4 e 10 centímetros, a armadura encontrada destaca-se pela delicadeza e pela complexidade do processo de fabricação. Comparações feitas com armaduras de Liu Sheng, outro príncipe da época, reforçam a sofisticação dessa nova descoberta.

Preservação e análise futura

Para proteger peças de possíveis danos, os arqueólogos removeram uma pilha de artistas juntamente com um bloco de solo. Essa estratégia foi aplicada devido à proximidade com o Lago Poyang, cujas águas subterrâneas poderiam acelerar a barreira.

Os itens foram enviados ao Museu de Nanchang das Ruínas Estaduais de Haihunhou, onde passarão por estudos detalhados.

Com essa descoberta, os especialistas pretendem aprofundar o conhecimento sobre as técnicas militares e o artesanato sofisticado da Dinastia Han.

A armadura de “escamas de peixe” é mais um exemplo do legado deixado por Liu He, cuja vida, marcada por altos e baixos, continua fascinando historiadores e arqueólogos.