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China desenvolve bateria nuclear que pode durar 100 anos com carbono radioativo

China desenvolve bateria nuclear que pode durar 100 anos com carbono radioativo

A nova bateria nuclear chinesa utiliza carbono radioativo para fornecer energia por um século, abrindo possibilidades para eletrônicos, satélites e dispositivos médicos de longa duração

Pesquisadores da Northwest Normal University, na China, criaram uma bateria nuclear feita de carbono radioativo capaz de operar por um século. A inovação pode fornecer energia a dispositivos em locais remotos, desde o fundo do mar até o espaço.

Energia confiável para locais extremos

Com a busca por fontes de energia mais sustentáveis, os cientistas vêm explorando alternativas às soluções tradicionais, como a energia solar e eólica. Apesar de eficientes, essas fontes dependem de fatores externos e não são confiáveis ​​em ambientes isolados.

A bateria nuclear desenvolvida na China utiliza isótopos radioativos para gerar eletricidade de forma contínua. Como a meia-vida do material radioativo pode se estender por séculos, esse tipo de bateria pode fornecer energia por períodos muito longos.

O projeto utiliza carbono-14, um isótopo raro conhecido como radiocarbono. Esse elemento ocorre naturalmente, mas representa somente uma parte mínima do carbono existente no planeta. Enquanto o carbono-12 e o carbono-13 são comuns, o carbono-14 aparece em somente um a cada bilhão de átomos de carbono.

Testes e desempenho da bateria

Os pesquisadores desenvolveram uma bateria com um semicondutor feito de silício e carbono, resultando em uma potência de produção de 433 nanowatts. O dispositivo conseguiu manter uma lâmpada LED acesa por mais de quatro meses, emitindo mais de 35.000 pulsos de luz.

Além disso, a bateria manteve seu desempenho sob temperaturas extremas, variando de -100°C a 200°C. Essa resistência sugere que o dispositivo pode operar em ambientes hostis, como no espaço sideral ou em regiões polares.

Os cientistas acreditam que a bateria poderá ser usada em equipamentos médicos, como marcaspassos, além de tecnologias avançadas como interfaces cérebro-computador.

Produção própria de carbono-14

A criação da bateria nuclear não é apenas um avanço tecnológico, mas também um marco estratégico para a China. Até pouco tempo, o país dependia de importações de carbono-14 provenientes do Canadá, Rússia, África do Sul e Austrália.

Agora, a China produz o isótopo internamente. A empresa Beita Pharmatech apresentou o carbono-14 usado no projeto, demonstrando o avanço do país na obtenção desse material raro. Além disso, desde o ano passado, a China iniciou a produção em massa de carbono-14 em um reator nuclear comercial localizado em Zhejiang.

Os pesquisadores da Northwest Normal University também planejam desenvolver equipamentos automatizados para detectar e separar isótopos de carbono. Isso pode permitir uma produção industrial mais eficiente do carbono-14 no futuro.

Implicações para o futuro

Uma nova bateria nuclear pode ter aplicações importantes na medicina, na exploração espacial e em outras áreas que desativam fontes de energia rigorosas e confiáveis.

O desenvolvimento dessa tecnologia reflete a crescente busca da China pela independência na produção de materiais estratégicos. Além de inovar, o país investe em um ecossistema completo de pesquisa e desenvolvimento, fortalecendo sua posição no cenário global da tecnologia nuclear.

Com informações de Interesting Engineering.