De acordo com Jens Eskelund, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, uma guerra comercial total entre a União Europeia e a China parece “inevitável” se as atuais tendências continuarem. Falando em Bruxelas na quarta-feira, Eskelund afirmou que as políticas de Pequim indicam que o país não pode ser visto como uma “vítima” nessa situação.

Eskelund ressaltou que, nos últimos anos, houve um declínio nas importações chinesas enquanto as exportações do país continuaram a crescer rapidamente. Se essa trajetória não mudar, uma guerra comercial completa parece cada vez mais provável.

O líder empresarial fez essas declarações um dia após a China impor tarifas pesadas sobre as importações de conhaque da UE, uma resposta às tarifas punitivas aplicadas pela União Europeia sobre veículos elétricos fabricados na China.

Protecionismo ou resposta necessária?

Enquanto Pequim acusa a UE de “protecionismo descarado”, Eskelund sugeriu que a China deveria analisar o panorama mais amplo.

Ele destacou que as preocupações da Europa com as políticas governamentais chinesas são sérias e precisam ser levadas em consideração.

Para ele, o caso dos veículos elétricos é apenas parte de uma questão mais ampla: o aumento massivo das exportações chinesas, impulsionado pela deflação e pela baixa demanda doméstica, que resultou na externalização desse excedente para o mercado global.

A intensificação dessas disputas comerciais pode prejudicar a já tensa relação entre China e UE. Uma guerra comercial afetaria não só as exportações e importações entre os blocos, mas também o equilíbrio das cadeias globais de suprimentos, visto que a Europa depende de produtos chineses em setores-chave, como eletrônicos e automóveis.

Com o aumento de tarifas e medidas retaliatórias de ambos os lados, o futuro das relações comerciais entre a China e a UE permanece incerto.

Especialistas acreditam que, a menos que haja uma mudança significativa nas políticas de ambos os lados, o cenário de guerra comercial pode se concretizar, afetando não apenas a China e a União Europeia, mas também a economia global.

Essa crescente tensão comercial entre os dois blocos, se não controlada, pode desencadear uma crise maior, ameaçando o comércio global e as cadeias de suprimento em diversos setores, com impactos duradouros para empresas e consumidores em todo o mundo.